Nota explicativa dos organizadores da 2ª edição
A transcrição do texto foi realizada a partir do original – uma pasta classificadora em cujas folhas foram coladas, no alto, as páginas impressas da 1ª edição da obra, tendo abaixo as extensas anotações manuscritas de Mário Freire, feitas em caligrafia miúda e nítida. Podem ser identificados diversos “momentos” de elaboração dessas anotações, evidenciados pelo uso de lápis ou de caneta-tinteiro em cores diferentes. Muitas notas foram feitas a lápis e depois apagadas, algumas sendo reescritas a tinta; optamos por suprimir aquelas consideradas mero rascunho, assim como aquelas anuladas pelo próprio autor. As folhas do original foram numeradas a lápis, com algumas falhas e principiando pelo número 10. Decidimos não transcrever o conteúdo das três primeiras folhas, por conterem dois pequenos artigos do autor sobre teoria da história, publicados em Vida Capichaba.
Incorporamos ao texto principal (impresso) as correções, acréscimos e supressões feitas por Mário Freire. Em seguida, confrontamos esse texto com as anotações manuscritas correspondentes a cada página. Para fixar essa correlação, em cada capítulo numeramos os parágrafos do texto principal e, após ele, agrupamos sob o número correspondente as anotações que, a nosso ver, dizem respeito àqueles parágrafos. Por isso, tais anotações se apresentam numa ordem um tanto diversa daquela dada pelo autor. À primeira vista, algumas anotações parecem soltas, ou seja, sem vínculo aparente com o texto da obra. Consideramos, no entanto, que elas abordam questões conexas ou temas contemporâneos aos assuntos tratados no texto principal e em outras anotações próximas. Mas, na ausência do autor, a referida vinculação sempre guarda um componente de subjetividade. Foram mantidas as anotações que repetem informações, às vezes de uma página para outra, quando elas acrescentam algum dado novo ou se referem a uma situação histórica diversa. As poucas notas meramente repetitivas foram suprimidas.
Como Mário Freire fez diversas anotações remissivas, indica-se entre colchetes a paginação do texto da 1ª edição, para facilitar eventual busca, mesmo objetivo que nos levou a organizar os índices toponímico e onomástico.
As erratas ao texto impresso em 1945 também foram consideradas, naturalmente quando o autor não modificou ou suprimiu o trecho onde elas apareciam. Das poucas notas de rodapé da edição original, conservaram-se somente duas, pois as demais o autor reformulou. As notas de rodapé desta edição foram estabelecidas a partir de indicações de Mário Freire no texto principal – um número ou um “x” que remete, sem margem de dúvida, a uma anotação abaixo. No entanto, muitas indicações no texto impresso não possuem o sinal correspondente nas anotações e foram ignoradas.
As duas primeiras “crônicas” da edição original (“In principium” e “Primeiros jesuítas do Espírito Santo”) foram desdobradas por Mário Freire nos sete primeiros capítulos atuais.
A ortografia foi atualizada e corrigida onde se fez necessário. Muitos substantivos comuns grafados com a inicial maiúscula no texto impresso e nas anotações tiveram mudada esta inicial para minúscula, como Capitania, Rei, Fundador, Carta Régia, etc. Sem se fazer menção expressa, corrigiram-se pequenos erros ou evidentes esquecimentos do autor (palavras repetidas, falta de um “s” no plural ou de um “e” conectivo, etc.) e foi desdobrada a maioria das abreviaturas. Retiradas as sublinhas do autor em diversas expressões, quando a supressão desta ênfase não altera o sentido da frase; nos demais casos, as sublinhas foram transformadas em itálico. Convém observar que estão mantidas na transcrição das notas as diversas variações que o autor utilizou ao se referir a certas obras e autores, pessoas e lugares.
As palavras e notas acrescentadas pelos organizadores estão entre colchetes ou expressamente indicadas.
A bibliografia foi organizada com base em indicações do autor no texto, desprezando-se os artigos ou obras publicadas em periódicos (embora os nomes dos principais periódicos tenham sido listados), e por meio da conferência dos títulos e autores na Internet e na lista de livros elaborada pela família, quando o acervo de Mário Freire foi adquirido pela Ufes. Não foram registrados os dados completos da imprenta (local e data da publicação e editor), de forma a evitar discrepâncias com os exemplares realmente consultados por Mário Freire, e com as obras listadas na bibliografia da 1ª edição, que não trazem tais dados.
Agradecemos a Maria Clara Medeiros Santos Neves pelo trabalho inicial de transcrição dos originais e fornecimento do mapa do Espírito Santo; à bibliotecária Marta Martinez Pontes e Martins, do Setor de Coleções Especiais da Biblioteca Central da Ufes, pelas facilidades proporcionadas no acesso aos originais; a João Eurípedes Franklin Leal, pela gentil cessão das relações de governantes que vão reproduzidas ao final da obra; ao Centro Educacional Charles Darwin, ao Banestes e à Fundação Ceciliano Abel de Almeida da Ufes pela troca dos bônus; e aos servidores da Lei Rubem Braga da Prefeitura Municipal de Vitória pela compreensão no desenrolar do projeto.
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Mário Aristides Freire nasceu em Vitória a 29 de outubro de 1886, filho do professor Aristides Brasiliano de Barcelos Freire e de D. Maria Francisca Freire. O seu pai era pessoa importante na política, no jornalismo e na intelectualidade espírito-santense nos finais do século XIX e início do seguinte. Aristides Freire era dono do Ateneu Santos Pinto, e foi nele que Mário Freire fez os cursos primário e secundário e ajudou seu pai na instrução de alunos. Dele herdou o gosto pelo jornalismo, mas não enveredou como ele pelas artes do teatro e da poesia. Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1908. (Para obter mais informações sobre o autor clique aqui)