Levy Rocha nasceu em 14 de merco de 1916, em São Felipe, então distrito de São João do Muqui. Filho de uma família de nove irmãos, ele o mais velho, seu pai, Emílio Coelho da Rocha foi o primeiro prefeito de Muqui, casado, em segundas núpcias com Vicência Curcio da Rocha, brasileira de origem italiana e que influenciou, com sua dedicação à música, o veio artístico da família. Izabel, irmã do escritor, “naif” de prestígio no Espírito Santo, teve repercussão no exterior, expondo sua pintura na Itália e nos Estados Unidos.
O casamento de Izabel com Newton Braga fortaleceu os laços de amizade do Levy, já Cachoeirense assumido, com o notável cronista Rubem Braga, de quem Newton era irmão.
O gosto pela palavra escrita uniu os dois em Cacboeiro e no Rio de Janeiro, onde freqüentes visitas levaram Levy à cobertura em que Rubem Braga cultivou seu celebre cajueiro entre outras plantas.
Levy iniciara seus estudos em Muqui, no Colégio dirigido pelo Senador Dirceu Cardoso e graduou-se em Farmácia pela Escola de Farmácia do Espírito Santo. Mas não se aplicou à profissão de farmacêutico. Não era ela seu objetivo, nem sua paixão. Inclinou-se a ensinar Ciências Físicas e Naturais no Liceu Cachoeirense. Desencantou-se com os rumos da avaliação de mérito, no magistério e mudou-se para o Rio de Janeiro. Deixou sua família em Cachoeiro, para onde nunca deixou de retornar em toda a oportunidade, como é bem o jeito do cachoeirense bairrista.
No Rio, Levy tornou-se empregado no Laboratório Sandoz, e dessa condição nasceram as viagens por todo o país e a facilidade de acesso às bibliotecas públicas, aos arquivos estaduais, museus e o gosto pela pesquisa histórica. Como seria natural, a destinação dos estudos fixou-se na História do Espírito Santo. A esse interesse seguiram-se inúmeros artigos escritos para as revistas Singra, Vida Doméstica, Careta, O Malho, Vida Capichaba e para jornais do Rio e do Espírito Santo.
A proximidade de comemoração do Centenário da visita de Pedro II a Vitória suscitou o exaustivo trabalho publicado em primeira edição pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro — Viagem de Pedro II ao Espírito Santo.
Despedindo-se do Laboratório, Levy desfez-se do apartamento que adquirira em Copacabana e, com seu irmão Emílio Coelho da Rocha Filho, partiu para a aventura do comércio na Brasília que estava nascendo.
Casou-se com a professora Anna Bernardes da Silveira, com quem teve uma filha, Diana Bernardes Rocha, que lhe deu três netos: Ana Maria, Michael e Enzo.
A atividade mercantil não diminuiu o gosto de Levy pela história capixaba e outros livros surgiram: Os Vieira Machado e o Jornal O martelo, mimeografado; Marapé, Viajantes Estrangeiros no Espírito Santo, Crônicas de Cachoeiro, De Vasco Coutinho aos Contemporâneos. Motivo de orgulho foi a celebração como Cachoeirense ausente, título que ostenta com grande honra.
Retornando de Brasília, Levy fixou-se em Vila Velha, terra natal de sua esposa, onde continuou escrevendo para o jornal A Gazeta.
Tornou-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia Espírito-santense de Letras.
Levy tem, inéditos, dois livros: um, fruto de algumas incursões pela poesia. O outro, como seria de esperar-se, vem de sua eleição pela busca histórica, Cavoucando Histórias do Espírito Santo.
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Anna Bernardes Rocha é a autora.