Apresentação
Todo o estudioso da imigração capixaba se depara com o mosaico cultural que se formou a partir da grande diversidade de origens dos seus pioneiros. O grupo mais numeroso foi o italiano e o segundo em número de imigrantes e também em importância econômica e social foi o dos pomerânios.[ 1 ] Aqui logo surge a pergunta: De onde vieram os pomerânios que se fixaram no Estado de Espírito Santo? O que aconteceu com estes imigrantes ao longo dos anos subsequentes? Chegaram a se diferenciar dos outros europeus, talvez até mesmo daqueles originários das mesmas paragens, porém, que colonizaram outros estados brasileiros?
Como registrar esta história dos imigrantes capixabas? Todo povo tem a sua história. Pode não ter história escrita. Mas tem a sua história. Então a pergunta é pela concepção inicial do que é história. Será a mesma pergunta que, por exemplo, se poderia fazer com relação aos indígenas. Os indígenas seriam um povo sem história? Só porque não tem história escrita? Como explicar os mitos, todo o conhecimento do uso das ervas e da sua arquitetura? Tudo isto é uma história diferente, porém é uma história. Não existe povo que não tenha os elementos que constituem a sua cultura.[ 2 ] Todo povo tem cultura. Todo povo tem a sua história e os pomerânios de Espírito Santo também têm a sua história.
Certamente, muitos detalhes devem levar o observador atento a identificar, entre os diferentes grupos éticos, a diferença no próprio processo de retomada de seu local de trabalho, a terra, na qual se fixaram e onde também preservaram suas diferentes bagagens culturais. Estas diferenças certamente ficarão mais marcantes à medida que se forem comparar as colônias capixabas com a colonização européia nas diferentes regiões do Brasil.
A história dos diferentes povos[ 3 ] pode ser registrada por diferentes observadores.[ 4 ] Alguém poderia procurar conhecer o seu dia a dia, sentir suas manifestações de alegria e de tristeza e passar a descrever o que observou. Um outro, na medida em que estivesse convivendo com este povo, poderia assimilar suas angústias e hábitos de vida para depois passar a relatar suas lutas e dificuldades. Desta mesma forma, um terceiro, saído de suas fileiras, poderia manifestar em textos, seus sonhos, suas alegrias e suas frustrações. Ao registrar as vivências que lhe tiveram sido repassadas de geração em geração, poderia ainda descrever o choro triste dos seus instrumentos musicais, alegrar-se com os seus cantos e suas danças e exteriorizar seus sentimentos, contando a história do seu próprio povo.
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NOTAS
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Ivan Seibel nasceu no Estado de Espírito Santo, tendo colado grau como médico pela FFFCMPA. Pós-graduado em Urologia – FFFCMPA. Pós-graduado em Gestão de Cooperativas – UNISINOS. Mestre e Doutor em Clínica Médica/Nefrologia – PUCRS. Foi Diretor de Educação da Unimed VTRP. Atualmente é membro da Comissão de Educação da Unimed RS com diversas obras publicadas na área médica e também sobre imigração pomerana. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)