Tércio Moraes, julho de 1999. Acervo da família. |
Sou capixaba da Praia do Canto, onde moro desde o primeiro ano de vida. A infância foi de partidas de futebol, de nadar na praia, de brincar nos morros.
Mas a infância foi, também, com a alfabetização, a descoberta da literatura, do ler e do escrever. Nessa época, li romances de aventuras, coisas como Alexandre Dumas, Júlio Verne, Edgar Rice Burroughs, e outros.
No final da infância li toda a literatura infantil de Monteiro Lobato.
Escrevia textos humorísticos curtos, redações elogiadas na escola.
Com a adolescência, veio a descoberta do mundo. Vieram as primeiras namoradas, os primeiros amores platônicos. E a descoberta dos autores do que eu considero o grande momento da literatura universal, a literatura europeia situada entre a metade do século XIX e a metade do século XX, e a literatura hispano-americana que surgiu depois dessa fase.
Década de 1970, o mundo ocidental em revolução, os hippies, a arte em convulsão. Observei e participei ativamente desse movimento.
Foi a época de escrever pequenos textos surrealistas, poemas e teatro.
Foi a época em que adaptei um desses textos surrealistas para o teatro e escrevi e montei, em 1970, aos catorze anos de idade, a peça infantil No reino do rei reinante. Esta peça foi sucesso de público e foi elogiada e premiada dentro e fora do estado, em diversas montagens.
Escrevi outra peça infantil – O romance de Magma e Mirilim – que nunca foi montada.
A minha formação acadêmica é a de técnico agrícola, curso feito em Santa Teresa. Fiz, também, a metade do curso de agronomia em Alegre.
Na biblioteca da Escola Agrícola, conheci H.G. Wells e Lin Yutang.
O tempo passou voraz. Em 2001 publiquei um livro de poemas – Poemas terceiros. Uma seleção de quase toda a poesia que tinha escrito.
Agora fiz esta seleção de poemas escritos entre 1999 e 2003. Considero-os mais maduros.
Continuo escrevendo poesia e contos. Estou escrevendo, também, uma peça para teatro adulto.
Aos 48, solteiro, além de ler e escrever, gosto de caminhar no calçadão da Praia do Canto, olhando o horizonte, olhando o Convento, olhando para a frente.
Ilha de Vitória, 20 / MAR / 2004
Tércio Ribeiro de Moraes
*Texto escrito para um segundo livro de poemas, Século, que não chegou a ser publicado.
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