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Capítulo XI



Fundação de Santa Teresa. Nomes que a história guardou. Sua dependência econômica de Santa Leopoldina deu-lhe prosperidade.
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O município de Santa Teresa é o que tem sua história melhor conhecida e registrada. Justifica-se: Virgílio Lambert, participante da primeira turma de imigrantes, escreveu um diário de viagem, relatando os episódios e nomeando todos os companheiros da aventurosa empresa. Além do mais, a posição geográfica, o clima e a índole dos primeiros moradores urbanos da colônia em formação e uma série de circunstâncias fortuitas deram notoriedade excepcional não só ao território como à sua gente: sua situação em ponto obrigatório de pernoite dos que demandavam o porto de Cachoeiro de Santa Leopoldina, vindos de Colatina, Itarana, Itaguaçu, Afonso Cláudio e redondezas, propiciou o comércio de hospedagem e botequins. A frequência dos viajantes e a boa acolhida que se lhes dispensava concorreram para que a Vila das Alterosas, também apelido do pequeno burgo criado pela sua elite, se tornasse um centro de agradável pouso passageiro. O comércio de Santa Leopoldina prestigiava Santa Teresa com créditos ilimitados e afeições familiares. Grande parte das duas populações se revezava em suas festas comemorativas. Vitória, a capital, era pouco conhecida entre a maioria dos dois povos quase irmãos. As autoridades consulares, notadamente o conde Beverini, com séquito selecionado, entre eles Ildebrando Resemini, Pietro Buzatto, nomes que me vêm à memória no momento, visitavam a miúdo a esperançosa colônia. Os frades capuchinhos recebiam visitadores ilustres de sua Ordem. Aos poucos Santa Teresa alargava sua fama de núcleo de famílias festivas e acolhedoras.

As uvas, as violetas e as rosas de seus quintais e jardins eram atrativos para valorizar as refeições típicas e as ceias, cujas iguarias, ao sabor da Alta Itália, eram condimentadas com esmero. Os viajantes participavam de serenatas e cantorias em que a imagem da pátria distante convidava aos tragos do vinho sempre generoso no embalo da saudade. Santa Teresa capitalizava simpatia e amizade. Nenhum povo prestigiou mais as autoridades, principalmente as judiciárias. Ufanavam-se de sua vila e julgavam-na sua e muito sua. Os episódios de sua formação e origem eram lembrados com orgulho. A história estava sempre presente em todas as charlas como argumento comprovador. Quem poderia contestar Leonel Soares, o oficial de Registro, ou Laureano do Bonfim, que fora comissionado para fundar o município e primeiro tabelião? Ou Giuseppe Ruschi, o agrimensor que mediu e retificou quantidade considerável de prazos?

Mas o cenário romântico, que impressionou Graça Aranha, teve seu profeta, seu oficiante no altar do culto panteísta: Orlando Bonfim, o grande cultor, não só das belezas naturais, como do homem e da família teresenses. Na tribuna, na imprensa, nas festas, ele foi a voz de louvor à terra de Canaã.

Quando as comunicações com a capital do Estado e os municípios circunvizinhos se tornaram acessíveis ao tráfego motorizado, Santa Teresa se fez centro de atrações turísticas. Os intelectuais queriam conhecer o cenário que Graça Aranha celebrara: o povo, a cidade risonha, alegre, acolhedora e de moças bonitas, os convidavam ao descanso e ao prazer.

Gozou Santa Teresa do privilégio de, por muitos anos, ser a única cidade ligada à capital por estrada de rodagem. Alcançou apogeu que não lhe será jamais contestado.

Mas não nos retardemos em retratar a história de sua fundação, contribuição honrosa, para este memorialista bisonho, do Walfredo Zamprogno, comendador da Ordem da Estrela da Solidariedade Italiana, ilustre vice-cônsul dessa república, e filho digno do vale fecundo das Tabocas.

Município de Santa Teresa — Notícia Histórica

“A área hoje ocupada pelo Município de Santa Teresa esteve compreendida nos antigos núcleos coloniais Antônio Prado e Bocaiúva, pertencendo, até 25 de novembro de 1890, ao município de Santa Leopoldina, do qual foi nessa data desmembrado pelo decreto nº 57.

“Esses núcleos foram criados pelo governo imperial a fim de receber a colonização estrangeira, notadamente a italiana, tendo-se procedido à respectiva demarcação territorial e divisão em lotes, depois do levantamento dos cursos de água principais. Os lotes coloniais locados eram de forma retangular ou quadrangular, com uma área de 302.500m², medindo 275m de frente para os cursos d’água, por 1.100m de fundo, ou 550m de lado, os quadrangulares. Já existiam colonos italianos no núcleo de Conde d’Eu, posteriormente Pau Gigante, hoje Ibiraçu, tendo o governo feito seu enviado à Europa, em busca de imigrantes, um dos irmãos Tabacchi, o de nome Pietro, residente naquele núcleo.

“Em uma de suas viagens à Europa, a de 1873, percorreu a Alta Itália e parte da Áustria, demorando-se no Trentino, de onde era filho. Fez ele intensa propaganda dos objetivos de sua viagem, chegando a publicar folhetos sobre a região a ser colonizada, os quais foram amplamente divulgados na Itália e Áustria.

“Enquanto Tabacchi, na Europa, organizava as suas primeiras levas de emigrantes, a região de Santa Teresa era visitada pelos primeiros colonos dos muitos que haviam chegado ao Espírito Santo a bordo do vapor francês Sofia, desembarcados no porto de Santa Cruz, e dali conduzidos para o núcleo de Conde d’Eu.

“Foi em 1874 que alguns desses imigrantes italianos, por motivos de insalubridade do local e em virtude das péssimas condições de vida a que eram submetidos, abandonaram as suas então recentes moradias na fazenda Santana, próxima a Ibiraçu, pertencente a um tal Dr. Guaraná, e enveredaram pelas matas virgens do vale do rio Timbuí, à procura de um clima que mais se aproximasse do da Alta Itália. Registramos-lhes os nomes, numa deferência especial, pois na ocasião, lá no município de Santa Teresa, não haviam ainda chegado os encarregados da demarcação das terras, tendo sido eles, portanto, os primeiros a pisar o solo teresense. Ei-los pois: Paulo Casotti, Bernardo Comper, Lazaro Tonini, Giuseppe Paoli, Francesco Bassetti, Anibale Lazero, Daniele Palauro, Abramo Zurlo e Sebastiano Zamprogno.[ 31 ]

“Aos 12 dias do mês de abril de 1875, Tabacchi fez partir em um trem, da cidade de Trento, a primeira leva de imigrantes, destinada ao Havre. Em 17 de abril levantava ferros dessa cidade o navio Rivadávia, trazendo em seu bojo sessenta famílias vênetas e trentinas. Em viagem direta chegaram ao Rio de Janeiro a 9 de maio, e foram em seguida encaminhados a Barra do Piraí, onde ficaram concentrados até 17 do mesmo mês, sendo reembarcados, posteriormente, para Vitória, onde saltaram a 31. Abastecidos pelo governo de gêneros alimentícios e instrumentos para o trabalho da terra, iniciaram a viagem rumo a Santa Teresa, viajando em canoas, até o então Porto de Cachoeiro.

“Na partida de Vitória, agregou-se à coluna dos imigrantes um brasileiro, o Juca Quintais, que os acompanhou tornando-se comerciante, logo que instalados no barracamento de Santa Teresa. Foi Juca Quintais o pai do primeiro teresense. As primeiras construções feitas foram o barracamento para abrigo dos imigrantes, a casa do vice-diretor de imigração, Franz von Lipp, e a do Juca Quintais, que nela instalou seu estabelecimento comercial. Entre outras famílias de imigrantes, integravam essa coluna as de Virgílio Lambert, Antonio Lambert, Fedele Martinelli, Andrea Martinelli, Felippo Bortolini, Eugenio Cuel, Lorenzo Dipré, Paolo Paoli, Giovani Battista Paoli, Pietro Margon, Antonio Margon, Giovanni Angeli, Luigi Angeli, Cirilo Bellumat, David Casteluber, Mateo Dalprá, Giorgio Martinelli, Giorgio Gasperazzo, Massimo Gasperazzo, Domenico Gasperazzo, Domenico Cozzer, Antonio Coser, Angelo Coser, Giovanni Broseghini, Alessandro Felippi, Celeste Rosa, Pietro Costa, Giuseppe Dallapiccola, Paolo Montibeler, Luigi Zotelle, Pietro Postai, Lazero Andreata, Francesco Rover, Tomaso Armelini, Giacomo Passamani, Pietro Rassele, Giuseppe Margon, Paolo Zotelle, Antonio Zanetti, Baldassare Zonta, Pietro Valandro, Luigi Tomazelli; Pietro Lens, Adone Avancini, Giovanni Moschen, Enrico Paoli, Pietro Avancini, Giuseppe Bortolini, Daniele Mer, Giacinto Felippi, Domenico Montibeler, Albino Scalzer, Lorenzo Margon, Acchile Mosmago, Angelo Margon, Antonio Margon, Luigi Angeli, Francesco Scalzer, Antonio Palauro, Domenica Echer, Augusto Palauro.

“No dia 26 de junho do mesmo ano (1875) foi feito, portanto, o sorteio dos lotes coloniais e entrega dos mesmos aos colonos. A escolha desta data pelos colonos italianos prendeu-se ao fato de ser ele o dia consagrado a São Virgílio, padroeiro do Trentino. Ainda não tinha nome o agrupamento de barracas, opondo-se von Lipp a que fosse São Virgílio. Aconteceu porém que, no dia 15 de outubro, à sombra do grande Pau Peba, onde se reuniam, à hora do Angelus, os imigrantes, uma devota de nome Maria Zonta colocou [ali] uma imagem de Santa Teresa, trazida da Itália. Desde então passou a chamar-se Santa Teresa a sede improvisada para o núcleo Antônio Prado. Em 1876, novas levas de imigrantes lá aportaram, ainda provenientes do norte da Itália e do Trentino, embarcados no porto de Havre diretamente para o Espírito Santo, tendo passado o Natal ao largo de Vitória, nos navios franceses Fenelon e Rivadávia, novamente. Enumeramos aqui, entre outras, as famílias de: Domenico Broilo, Fortunato Broilo, Giuseppe Corteletti, Giovanni Carlini, Domenico Tamanini, Daniele Rizzi, Anselmo Frizzera, Domenico Taffner, Tomazo Briddi, Antonio Perini, Antonio Roatti, Mansuetto Briddi e Carlo De Carli.

Outros vieram pelos navios Adria e Polcevere, ainda partindo de portos franceses. Os vênetos e os lombardos vieram diretamente da Itália nesse mesmo ano, tendo embarcado em Gênova, no navio Colômbia, direto para o Rio de Janeiro, e baldeados para outra embarcação que os trouxe até Vitória, onde chegaram no mês de outubro, daqui rumando para Santa Teresa. Desta feita encontravam-se, dentre outros, os seguintes italianos, com suas respectivas famílias: Andrea Gasparini, Battista Rossi, Augusto Bolognini, Ferdinando Giugni, Giovanni Battista Luppi, Giovanni Zanca, Luigi Pasolini, Emiliano Ferrari, Luigi Guaitolini, Sebastiano Toresani, Gaetano Silingardi, Angelo Aleprandi, Giovanni Milli, Domenico Mellotti, Giuseppe Rondelli, Luigi Pretti, Pietro Ferrari, Carlo Có, Antônio Có, Fedele Garosi, Augusto Garosi, Giuseppe Benedusi, Angelo Armani, Biagio Graziotti, Alessandro Bonatto, Luigi Bianchi, Giuseppe Simonassi, Michele Fritolli, Giuseppe Regatiere, Enrico Cerchi, Basilio Costa, Angelo Guerra, Giacomo Maestrini, Biaggio Ferrari, Giovanni Dalmaschio, Angelo Pozzati, Enrico Dalcomune, Michele Gastaldi, Felippo Vigano, Abramo Cagliari, Santo Storari, Ferdinando Zampieri, Luigi Bason, Vittorio Gasparini, Francesco Pittol, Luigi Luppi, Giacomo Ferrari, Giuseppe Graziotti, Angelo Graziotti, Giovanni Giovanni, Carlo Medani, Cesare Lodi, Cesare Ferrari, Gerolamo Mattedi.

“Voltou à Europa, neste ano, Tabacchi, trazendo em sua companhia o padre Domenico Martinelli, que celebrou a primeira missa em Santa Teresa, no dia 27 de junho de 1876, exatamente no local onde está edificada aquela cidade. Em 1877, recebeu nova corrente imigratória, chefiada pelo Capitão João Birchler, Guilherme Graff, João Jacob Schneider e Carlos Nippes.

“Vinham da Suíça e da Alemanha e rumaram para o centro do núcleo, estabelecendo-se no vale do rio 25 de Julho, hoje distrito daquele município. No mesmo ano, lá chegaram os poloneses, tendo sido localizados no vale do rio 5 de Novembro, em torno do atual patrimônio de Santo Antônio, anteriormente chamado patrimônio dos Polacos.

“Como se observa, no município, foi introduzida a colonização estrangeira nos anos de 1875 a 1877, tendo sido recebidos, como se vê, imigrantes italianos, alemães, poloneses e suíços.

“De 1877 a 1890 ainda chegaram, em pequenos grupos, alguns colonos, como sempre, na sua grande maioria, italianos. Do número de estrangeiros, calculados em 3.500, no ano de 1897, aproximadamente 80% eram de italianos.

“Era diretor-geral de colonização Santana Lopes, e vice-diretor Franz von Lipp, que tinha como auxiliares os agrimensores Julião Floriano do Espírito Santo, Guilherme Schumalowsky, polonês, e Charles Peletan, francês. O vice-diretor von Lipp era oficial do exército regular austríaco, tendo aportado ao Brasil vindo do México, onde exercia as funções de ajudante de campo de S. A. Maximiliano da Áustria. Em 1882, fundou-se a primeira escola em terras teresenses. Era uma escola particular, regida pelo médico suíço Dr. Emílio Haussler, mandado vir pelos colonos suíços e alemães, localizados no rio 25 de Julho.

“Retirando-se em 1889 o Dr. Haussler, foi a regência da escola confiada ao professor Anton Blaser, que a regeu por muitos anos.

“Em 1880 ficaram concluídas as obras de uma modesta igreja, na qual foi aposta a pomposa inscrição: duomo dedicato a San Virgilio. Foi em 26 de junho que nela se celebrou a primeira missa. O imperador Pedro II mandou os sinos do campanário, que hoje servem à matriz da cidade.

“Ainda em 1880, passaram por aquela região os engenheiros com as linhas de estudo da Estrada de Ferro Vitória a Peçanha. Visitou aquelas paragens, no início de sua colonização, um embaixador de S. M. Francisco José, imperador da Áustria e rei apostólico da Hungria; seguiu-se a visita de duas princesas da Baviera, acompanhadas por um barão, que não nos fizeram boas referências no livro de viagem por elas publicado, em 1887, na Alemanha. Haviam julgado que, decorridos apenas seis anos do início da colonização, viriam encontrar aqui seus compatriotas já instalados em suntuosos castelos. Aliás, é bom que se diga, as referências não lisonjeiras foram feitas unicamente aos seus patrícios.

“Uma vez localizados, feitas as primeiras derrubadas e construídas as primeiras habitações, iniciaram os colonos o cultivo da terra. A cultura do café foi a que mais ocupou a sua atividade, seguindo-se-lhe as do milho e de outros cereais.

“Nas zonas altas, principalmente, onde se acha hoje o distrito da sede, fizeram, com bons resultados, a cultura da videira, até agora explorada.

“Pelo colono Virgílio Lambert foi iniciada uma pequena cultura do bicho-da-seda, também com magníficos resultados. Esta cultura, que não logrou, então, qualquer incentivo dos poderes públicos, serviu para demonstrar a sua praticabilidade naquela região. A primeira produção foi obtida em 1880; mais tarde chegou a ser obtida, com o trabalho de uma só pessoa, uma produção de 25 quilos de casulos no espaço de 45 dias.

“Remetido o produto para a exposição de Berlim, em 1886, logrou obter medalha de bronze; em 1889, na Exposição de Paris, obteve menção honrosa. Deixou Virgílio Lambert, sobre esta cultura, interessante estudo, a que juntou valiosas observações feitas durante os onze anos em que se dedicou à sericicultura. Transcrevemos uma nota publicada a esse respeito, pela Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, em 18 de setembro de 1880:

‘Remetido do Espírito Santo, o colono italiano Virgílio Lambert, que, na colônia Leopoldina, em Santa Teresa do Timbuí, fez, há cerca de três anos, uma plantação de amoreiras e, em janeiro deste ano, começou a criação do bicho-da-seda.
Mostrou-nos o laborioso colono um quadro em que se vêem as diversas fases do bicho e duas meadas de excelente seda.
A indústria da seda é de grande futuro para o país, porque, além do grande desenvolvimento que aqui atingem as amoreiras, conservam-se elas verdes em quase todo o ano, o que permite um número maior de reproduções do bicho do que se obtém na Europa. O atual Sr. Ministro da Agricultura prestaria mais um bom serviço se encorajasse o laborioso colono.’

“Por portaria de 25 de fevereiro de 1889, o Exmo. Sr. D. João Batista Correia Nery, Bispo de Vitória, nomeou o primeiro vigário de Santa Teresa, padre Marcelino Maroni D’Agnadello, expedindo a provisão que criava a paróquia, isso após a visita efetuada, a 18 de fevereiro do mesmo ano, pelo referido prelado àquela então povoação.

“Em 1899, D. João Nery pediu frades à Missão Fluminense dos Capuchinhos do Morro do Castelo para a paróquia de Santa Teresa.

“Lá chegaram, em 29 de novembro de 1899, os Revmos. frei Eugenio de Comiso, vigário, e frei Caetano de Comiso, coadjutor, ambos procedentes da Sicília, Itália. Em 1º de junho de 1902 foi colocada a primeira pedra da atual matriz, tendo sido as obras conduzidas pelo engenheiro Guilherme Oates.

“Ainda em 1902 fundaram os padres capuchinhos um colégio que trouxe grandes benefícios à instrução e educação de um elevado número de chefes de família, lavradores, comerciantes e profissionais liberais que honraram e honram o município, dentro e fora do Estado.

“O colégio obteve incentivo e auxílios de materiais didáticos e escolares do então cônsul italiano nesta cidade, Giovanni Batista Beverini, grande oficial da Coroa da Itália. Foi dado ao colégio, inicialmente, o nome de Rita Beverini Machiavelli, em homenagem à falecida esposa do então cônsul italiano. Posteriormente, o mencionado colégio passou a ser denominado Colégio Ítalo-Brasileiro. Em 1935 foi este colégio transformado no atual seminário Seráfico São Francisco de Assis.

“A instalação oficial do município de Santa Teresa verificou-se a 22 de fevereiro de 1891, levada a efeito solenemente pelo presidente do governo municipal de Santa Leopoldina.

“Nessa ocasião, foi empossada a Intendência Municipal de Santa Teresa, assim constituída: presidente: Jerônimo Vervloet (luxemburguês); intendente: Fortunato Broilo (italiano), Alexandre Felipe (austríaco), Emílio Haussler (suíço) e Julião Floriano do Espírito Santo (brasileiro).

“Convém notar que eram bem outros os tempos: cinco diferentes nacionalidades compunham uma administração harmônica do município e todos visavam apenas o progresso e o engrandecimento daquele rincão.

“Para que se tenha uma ideia do que foi a imigração italiana no município de Santa Teresa, transcrevemos o seguinte fato, tirado do livro Geografia do Estado do Espírito Santo, do autor Carlos Mattos, em 1925: ‘A população do município de Santa Teresa é aproximadamente de 19.000 habitantes, composta em sua grande maioria de estrangeiros que, com exceção de alguns belgas e alguns suíços, são italianos.

“Um anúncio, em 1900 dizia: Santa Teresa é atualmente um dos municípios mais importantes e mais ricos do Estado e sua grandeza devemo-la principalmente aos mesmos tenazes imigrantes italianos que a fundaram e a seus numerosíssimos descendentes.

Primeiros moradores de Valsugana Nova
06 de abril de 1879

SANTA TERESA – Estado do Espírito Santo

1 – Santo Botassi
2 – Emilio Romagna
3 – Giuseppe Dallapiccola
4 – Domenico Gozzer
5 – Domenico Gasperazzo
6 – Giovanni Angeli
7 – João Bender
8 – Paulo Paoli
9 – Antonio Rosi
10 – Antonio Zanetti
11 – Vittorio Piva
12 – Mansueto Dalcolmo
13 – Francesco Rover
14 – Paulo Montibeller
15 – Paulo Zottele
16 – Sebastiano Zamprogno
17 – Pietro Costa
18 – Giordano Dalmaso
19 – Angelo Valandro
20 – João Souza
21 – Giorgio Martinelli
22 – Giovanni Paoli
23 – Mateo Dalpiva
24 – Angelo Armelini
25 – Giocondo Cetto
26 – Fedele Martinelli

Ass. José Romagna – 02/8/1957.”

Obs.: Cópia do original que, se encontra na Igreja de São Luís, em Valsugana Nova, município de Santa Teresa, Espírito Santo.

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NOTAS

[ 31 ] Sebastiano Zamprogno emigrou para o Brasil (Espírito Santo, Santa Teresa), com a esposa (Irene) e filhos (Angelo, Giuseppe, Antônio, Décimo, Gioconda, Maria, Luigi e Giocondo. Este último era meu avô).

[In DERENZI, Luiz Serafim. Os italianos no Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Artenova, 1974. Reprodução autorizada pela família Avancini Derenzi.]

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Luiz Serafim Derenzi nasceu em Vitória a 20/3/1898 e faleceu no Rio a 29/4/1977. Formado em Engenharia Civil, participou de muitos projetos importantes nessa área em nosso Estado e fora dele. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

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