Impli
cante
a fome
se multiplica
poli
política.
(Potencial
que se complica
neste
maximundo
e
em que
diversigrau!)
A fome
— dizia,
com
certa azia —
é balofa, centrífuga,
centopéica,
colossal.
As suas vítimas:
raquíticas.
2
Fome é sujeito
na voz ativa.
Nós
seus passivos
objetos
de carne viva.
Fome
tanto
tem jeito
de pretérito
im
perfeito
quanto
versátil
dá na vista
de ser
futurista.
3
Fome 0:
mero
símbolo vazio
dos que tratam
com
conta-gotas
a cheia
de um
rio.
4
A cada
um
dos seus diletos
em todos
os dialetos
+ ou –
dialeticamente
ela diz:
“Devora-me
ou
eu te deleto,
ó
meu
malformado
infeliz!”
5
Epitáfio, então?
Não! (Não
ainda.)
A vida viceja
[sic],
sim, vejo,
no atacado
e
no variado
varejo.
A vida siga.
Seja.
(Horrenda
(d)e tão
linda.)
[publicado originalmente no site em 2004]
Lino Machado é poeta e professor universitário. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)