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Comentários da autora sobre o livro Poema deitado no seu peito: Um jogo de amarelinha

POEMA DEITADO NO SEU PEITO, um jogo de amarelinha, poderia flutuar para os gêneros dramático e narrativo, em sua linguagem eloquente perceptível em certos poemas, com marcas temporais importantes, enquanto salta do poema para a crônica numa recriação do cotidiano. Os poemas, organizados em coletânea de três décadas, trazem uma visão poética diferenciada, apropriando-se, cada fase, de seu tempo e ritmo, sem muitos artifícios, e construindo um lirismo atemporal, que se mantém em todos os momentos – às vezes suave; às vezes, cortante.

Desse modo, podemos identificar, no cerne da obra, desde as primeiras concepções da poesia, ainda nas entrelinhas, até a confluência de suas águas com a música e o cinema – frequentemente citados na segunda e na terceira fase.

O subtítulo, “um jogo de amarelinha”, foi inspirado em título original da obra de Júlio Cortázar (O Jogo da Amarelinha), arrematando, com linha tênue, esse crescimento da poesia, suas transformações estéticas, trazendo para os versos a força poética da narrativa de Cortázar, e inspirando-se, basicamente, na condição do amor ali expresso, em sua linguagem própria e ternura, em sua florescência e rumo indeterminado.

POEMA DEITADO NO SEU PEITO, que é poema em prosa, divide-se em seis partes, com os subtítulos: “A outra, genuína tez” (uma celebração da vida), “Happy Hour” (enquanto choro, chove na roseira), “Poema em vários atos” (um jogo de amarelinha); “Configurações” (narrativa de ficção/conto); “Cartas que escrevi na pousada” (palavras confessas) e “Crônicas”.

Considerando-se a migração da poesia entre o poema e a prosa, e, ainda, que na prosa há um poema constituído, desatado, de algum modo, de sua própria estrutura estética, pode-se dizer ainda que o elo temático é mantido, enquanto referência à relação homem-natureza; ao amor em seus aspectos peculiares e universais. Caracterizam o estilo dessa poetisa tanto a linguagem imagética quanto a combinação de poema e prosa – ou o entrelaçamento de ambas em sua expressividade.

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