Lino Machado chegou ao mundo em 1957, no Rio de Janeiro. Filho de pais portugueses, há alguns anos trabalha no Departamento de Línguas e Letras da UFES, tanto na Graduação quanto na Pós. Antes, havia batalhado no ensino secundário, em escolas públicas do seu Estado de origem.
O essencial da sua formação foi feito na Faculdade de Letras da UFRJ. Primeiro, graduou-se em Português-Literaturas (1979); depois, vieram o Mestrado e o Doutorado: versando a respeito da prosa do poeta de Orpheu, defendeu a dissertação Teatro e ficção em Mário de Sá-Carneiro (1988), seguida pela tese Consigo e contra si: Mário de Sá-Carneiro (1996), na qual procurou tratar em conjunto da produção do escritor.
Formando-se ao longo dos anos datados acima, explica-se, ao menos em parte, a atração de LM pela teorização de alguns autores quer do estruturalismo, quer do pós-estruturalismo. Não é preciso frisar que teóricos e críticos de tendências bastante diversas igualmente podem impressioná-lo.
Quanto a artigos, ensaios, comunicações e conferências, ou seja, textos seus mais curtos, o primeiro destes saiu em 1988 — para a sua alegria — na revista Colóquio/Letras n. 102, focalizando o romance português Amadeo, de Mário Cláudio. O trabalho mais ambicioso que redigiu, entretanto, resultou de um pós-doutorado, efetuado no Instituto de Letras da UFF (1998). Tal pesquisa ganhou formato de livro, trazendo como título As palavras e as cores: Guernica (e mais) na caligrafia de Carlos de Oliveira (Vitória: CEG-EDUFES, 1999).
Faz um bom tempo o seu campo de estudo privilegiado (mas não único) é o das relações entre a literatura (sobretudo a poesia) e as demais artes (principalmente as visuais), discutidas com o aparato conceitual da semiótica de Charles Sanders Peirce.
Embora a prosa narrativa e a dramática lhe interessem muitíssimo, a poesia é a modalidade artística que mais o atrai. Atrai-o, também, a leitura de textos de filosofia, quer os da vertente mais “logicista”, quer os da mais “literária”, o que, algumas vezes, se denuncia nos seus textos, de maior ou de menor fôlego.
A frase predileta de L. M. foi escrita por Jorge Luis Borges: uma que afirma não ser a simplicidade um dos atributos do universo.
DADOS (NÃO VICIADOS): Ex-carioca, Lino Machado nasceu em 1957. Desde 1993, trabalha na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Bom ou ruim, já possui um corpus de publicações literárias, o qual, em expansão, vem deixando de ser esguio, como manda o figurino anoréxico dos nossos dias:
“Meus & de mais” (poemas), folheto individual (Vitória, 2002);
“Quatro cadências” (poemas), em Instantâneo: fermento literário (Vitória, Secult, 2005);
“(Pseudo)glosas marginais ao cancioneiro medieval” (poemas, apesar do título!), na revista Floema (Vitória da Conquista, UESB, ano V, n. 5., jul./dez. 2009);
Várias composições líricas no site www.estacaocapixaba.com.br;
“Seis epígrafes & algumas gafes” (poemas), em Prêmio Ufes de literatura (Vitória, Edufes, 2010);
Sob uma capa (volume de poesia: Vitória, Secult, 2010);
“5 poemas quânticos precedidos por 7 estrofes pouco simples” (sem necessidade de comentários), em II prêmio Ufes de literatura (Vitória, Edufes, 2024);
Entre dois vetores (Vitória, Secult, 2014);
Canônimo (terceiro volume de poesia: ainda no Notebook do autor);
“Atrator(es)” (poemas), em III prêmio Ufes de literatura (em preparo).