Meu amor é marinheiro, Ó marinheiro! Mora nas ondas do mar, Ó marinheiro! Tomara que a maré seque, Ó marinheiro! Para o meu amor saltar, Ó marinheiro! |
É esta uma das cantigas de roda mais conhecidas no Espírito Santo. Rara é a criança que a não saiba cantar. Pudemos localizá-la em Vitória, Argolas, São Torquato, Vila Velha, Cariacica, Santa Leopoldina, Santa Teresa, Barra de Itapemirim, Ibiraçu, Linhares e São Mateus.
Há variantes muito ligeiras: umas substituem o “Tomara [pronunciando sempre Tomará] que a maré seque”, por “Tomará que a maré enche”, “que a maré desce”. Outras, em lugar de “Para o meu amor saltar”, cantam “Para o meu amor voltar”, “Para o meu amor chegar”, “Para o meu amor passar”, “Para o meu amor salvar”.
Não vimos nem a letra nem a melodia referidas em qualquer dos cancioneiros, velhos ou modernos, citados neste livreto. E a cantiga é, entre nós, das mais divulgadas e antigas.
Modo de brincar: Como toda roda de estribilho, cantam-na as crianças em coro, inclusive o “‘O marinheiro!”. Depois, cada uma “tira” a sua trovinha, cantando o coro o “‘O marinheiro!” no final de cada verso. Assim:
Solo: | Nossa Senhora da Penha Aonde ela foi morar? Lá no alto da pedreira Toda cercada de mar. |
Coro: | Meu amor é marinheiro, ó marinheiro! Etc., etc. |
Coro: | Ó marinheiro! Ó marinheiro! Ó marinheiro! Ó marinheiro! |
[SANTOS NEVES, Guilherme (pesquisa e texto), COSTA, João Ribas da (notação musical). Cantigas de roda. Vitória:Vida Capichaba, 1948 e 1950. (v. 1 e 2).]
Guilherme Santos Neves foi pesquisador do folclore capixaba com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)
João Ribas da Costa foi professor no interior do Estado do Espírito Santo.