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Nestes paramos

Acaso estamos mortos e só aparentamos
estar vivos, nós gregos caídos em desgraça, que
imaginamos a vida semelhante a um sonho,
ou estamos vivos e foi a vida que morreu.
[Paladas de Alexandria (séc. IV d.C.)]

Y consiento en mi morir
con voluntad plazentera,
clara y pura,
que querer ombre biuir
quando Dios quiere que muera,
es locura.
[Jorge Manrique]

Araçá azul é sonho, segredo,
não é segredo
araçá azul fica sendo
o nome mais belo do medo
com fé em Deus
eu não vou morrer tão cedo
araçá azul é brinquedo
[Caetano Veloso]

Parte I: Percurso de sombra e frescor

Nestes paramos

Nestes páramos
de sílabas,
darei a ti um rosto,
sim, de homem,

pois se uma mulher deu-me
o que se fez vida,
é de sorte que um homem
ma recolha.

[In Senhor Branco ou o indesejado das gentes (inédito em 2004).]

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Paulo Roberto Sodré, nascido em Vitória em 1962, é poeta, escritor, pesquisador e professor universitário de Literatura na Ufes, com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui.)

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