Nascida Deny Pacheco Gomes, em São Luís-MA, em 1938, desde a infância vive no Espírito Santo, em Vitória, cidade que considera como sua terra natal.
Licenciada em Letras Neolatinas, pela PUC/RJ (1959), foi professora titular de Teoria da Literatura, na Ufes, por mais de vinte anos. Consideraria justa sua aposentadoria, não fossem as atuais circunstâncias salariais.
Acredita que sua vocação para a literatura foi intensamente motivada pelo exemplo de seu pai, Josaphat dos Santos Gomes, professor, advogado e poeta inédito. Já o senso prático para as coisas da vida, deu-lhe a mãe, Jacy Pacheco Gomes, mulher forte e corajosa que, como a mãe de Adélia Prado, “achava o estudo a coisa mais fina do mundo”.
Tem duas filhas, Luciana, arquiteta e mãe de Fernando, e Adriana, jornalista, mãe de Marina e Luísa.
Em 1978, fez, no MAM do Rio de Janeiro, um Laboratório de Criação Literária coordenado por Geir Campos e Antonio Torres, entre outros escritores, e, no ano seguinte, coordenou , juntamente com a Profa. Maria da Graça Aziz Cretton, um curso semelhante na Faculdade de Letras da UFRJ. Os excelentes resultados dessa atividade realizada no curso de graduação serviram de motivação para a continuidade do trabalho em sua universidade de origem.
Voltando a Vitória, implantou na Ufes, em 1981, a Oficina Literária, atividade de extensão que, várias vezes, funcionou em espaços fora da universidade.
Desde essa época teve oportunidade de trabalhar com pessoas que consideram a Literatura uma prática essencial na existência humana. Muitos dos participantes da Oficina já publicaram poemas, contos, crônicas e romances, confirmando o talento anunciado nos cursos. Outros ingressaram profissionalmente na comunidade acadêmica, onde são professores, pesquisadores, críticos literários. O estímulo e a parceria com escritores iniciantes (ou até mais experientes), na Oficina Literária, ampliam a dimensão de seu trabalho como educadora e profissional da Literatura.
Além da Oficina Literária, que continua a proporcionar-lhe a alegria do encontro com novos escritores, valoriza, como pessoa e cidadã, em particular o Prêmio Luís de Camões, conferido “por sua inteligência e aplicação aos estudos”, na disciplina Literatura Portuguesa, ministrada pelo Prof. Guilherme Santos Neves, em 1958, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Ufes; a Medalha de Honra, outorgada pela Ufes, em 1987, pelos relevantes serviços prestados à instituição; a Ordem do Mérito Maria Ortiz e o Título de Cidadão Espírito-santense, concedidos pela Assembléia Legislativa do Espírito Santo, em 1996 e 1998, respectivamente.
Considera importante e valiosa a experiência como Secretária Municipal de Cultura e Esporte da Prefeitura de Vitória, no período 1989/1990.
Orgulha-se, muito especialmente, de haver participado da organização da carreata de repúdio ao governo Fernando Collor de Melo, uma das primeiras manifestações populares de grande porte no desencadeamento do processo político brasileiro que culminou com o impeachment do presidente da República.
PUBLICAÇÕES
Poesia:
Aimberê. (Co-autoria). Rio de Janeiro: s/ed.,1979.
Traços do ofício: textos de Oficina Literária. (Co-autoria).Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1983.
No meio do caminho tem um poeta. (Co-autoria). Vitória: UFES, 1987.
O desejo aprisionado. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1988.
Promessas do tempo. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1994.
Daqui mesmo: 34 poetas. Vitória: Rede Gazeta de Comunicações. Suplemento especial do jornal A Gazeta, 1995.
Revelação do olhar feminino. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura, 1998.
I Varal de Poesia da Estação 1ª de Manguinhos. (Co-autoria). Manguinhos (ES): Vagão Espaço Arte, 1998.
II Varal de Poesia da Estação 1ª de Manguinhos. (Co-autoria). Manguinhos (ES): Vagão Espaço Arte, 1999.
Crônicas:
“Alegrias e desventuras do turismo em grupo.” Vitória: Rede Gazeta de Comunicações, jornal A Gazeta, Caderno Dois, p. 5, ago. 1992.
“Dia de lavar roupa em Tóquio.” Ibidem, p. 6, ago. 1992.
“Por que Cingapura?” Ibid., p. 5, ago. 1992.
“Pechinchando em Bangkok.” Ibid., p. 5, ago. 1992.
“Um pouco depois do tufão.” Ibid., p. 6, set. 1992.
“Sem gravidez em Pequim.” Ibid., p. 7, set. 1992.
“A velha escola.” Escritos de Vitória. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura, nº 3, 1994.
“De feira, poeta e musa.” Escritos de Vitória. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura, nº 15, 1997.
Crítica Literária:
“Presença de Camões na Literatura de Cordel”. Revista de Cultura da Ufes. Vitória: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1980.
“Oficina Literária: tempo e espaço para a criação.” Anais do I Congresso Internacional de Letras da UFRJ. Rio de Janeiro: UFRJ/Faculdade de Letras, 1989.
“Sueli sob o signo da ambigüidade”. Cadernos de Cultura, nº 2. Vitória SPDC/Ufes, 1993.
“Com a palavra, a mulher”. Revista Você. Vitória: SPDC/Ufes, (3): 26, 1994.
“O mofo no pão e o queijo e os vermes: uma série de estranhas coincidências.” Revista Você. Vitória: SPDC/Ufes, (4):31, 1995.
“O mofo no pão, O queijo e os vermes, O nome da rosa: dúvidas e evidências em um complicado processo.” Revista Você. Vitória: SPDC/Ufes, (4): 32, 1995.
“Os medonhos insucessos do Vilarejo e outras histórias.” Revista Você. Vitória: SPDC/Ufes, (4): 33, 1995.
“Amylton de Almeida entre o romance e o cinema.” Signos em Interação. Vitória: Ufes, 1996.
“A dor de não caber no mundo.” A múltipla presença: vida e obra de Amylton de Almeida. Vitória: Prefeitura Municipal, 1996.
A múltipla presença: vida e obra de Amylton de Almeida. (Org.). Vitória: Prefeitura Municipal, 1996.
De folhas versadas: vida e obra de Roberto Almada. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura, 1998.
Júbilo e agonia: vida e obra de Amylton de Almeida. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura, 1999.
Teatro:
Negritude. Roteiro em co-autoria com Vera Viana. Espetáculo apresentado em Vitória e no Festival de Teatro Amador de Brasília,1988.
Mostra de poesia capixaba. Roteiro e direção. Espetáculo apresentado no Centro de Artes da Ufes,1983.
No meio do caminho tem um poeta. Roteiro e direção. Espetáculo encenado no Centro de Artes da Ufes e no Teatro Carlos Gomes, em Vitória, 1987.
Vozes da ilha. Roteiro. Espetáculo comemorativo aos 50 anos da Revolução Cubana, apresentado no Teatro Carlos Gomes, em Vitória, 1989.