Olympio Brasiliense, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, nasceu em 10 de novembro de 1903 e faleceu em Vitória, aos 82 anos, no dia 04 de janeiro de 1985. Filho de Olympio Brasiliense de Oliveira e Victalina Milagres de Paiva Oliveira, estudou na Escola de Engenharia de Belo Horizonte e na Escola Mineira de Agronomia e Veterinária (Belo Horizonte). Estabeleceu-se a partir de então em Vitória, e com Durval e o Serviço de Melhoramentos de Vitória, prestou serviços relacionados com reformas na cidade e permaneceu na cidade até o fim de seus dias.
A relação entre Olympio Brasiliense e a Família Avidos se deve ao fato de em 1915 Florentino Avidos ter sido enviado para Belo Horizonte a Serviço do Ministério da Agricultura, fixando-se lá por 4 anos. Após ficar viúvo em 1914, Florentino mudou-se para o Rio de Janeiro, deixando seus filhos maiores em Belo Horizonte. Nessa época Durval Avidos estudava na Escola Prática de Engenharia Mecânica e Elétrica, onde conheceu Olympio Brasiliense. Após ter-se formado, Durval Avidos foi para o Rio de Janeiro, e depois para Vitória, ES, juntamente com o pai.
Em 1924 Florentino Avidos torna-se presidente do Estado, convidando Olympio Brasiliense, que na época encontrava-se em Ouro Preto, para integrar equipe do Serviço de Melhoramentos de Vitória e para construção do Leprosário.
Telegrama de Florentino Avidos, Presidente do Estado, convidando Olympio Brasiliense para trabalhar no Espírito Santo. |
Em 1927 Olympio Brasiliense foi nomeado pelo Governo do Estado para exercer interinamente o cargo de desenhista de 2ª classe da Diretoria de Água e Esgotos criada naquele ano, sendo efetivado no cargo em abril de 1931. Foi promovido ao cargo de desenhista de 1ª classe no mesmo órgão e a desenhista da Comissão de Obras para o reforço do Abastecimento de Água de Vitória, em 1935.
Pelo Decreto-lei estadual de 1940, o Serviço de Água e Esgotos foi incorporado à Prefeitura, e Olympio, a partir dessa data, passaria a integrar o quadro do funcionários da Prefeitura Municipal de Vitória, assegurados direitos e vantagens de que já gozava como funcionário do Departamento Geral de Agricultura, Terras e Obras do Estado.
Acervo do Arquivo Geral da Prefeitura de Vitória. |
Em 1946, Olympio Brasiliense foi encarregado da Sala Técnica, prestando serviços no Gabinete do Prefeito. Em 1952, como parte da Comissão Especial, procedeu ao levantamento dos terrenos do patrimônio da Prefeitura Municipal de Vitória, sendo elevado ao cargo de desenhista “M” naquele mesmo ano, e no ano seguinte substituiu o Chefe da Sala Técnica, Décio da Silva Thevenard.
Em 1954, foi designado para exercer a função de Chefe do Setor de Urbanismo da Seção de Planos e Projetos do Departamento de Serviços Municipais e no ano seguinte passou a responder pelo expediente da Secção de Planos e Projetos, aposentando-se em 21 de março de 1956. Continuou a atuar profissionalmente até 1970, quando realizou seu último projeto.
Casou-se em 1960 na cidade do Rio de Janeiro, com Rosalina Soares da Silva Araújo, com quem teve uma filha, Vanessa Brasiliense. Entre os anos de 1971 e 1973, retirou-se de Vitória por motivos de saúde, indo tratar-se em Belo Horizonte, e faleceu em 4 de janeiro de 1985, vítima de derrame cerebral, aos 82 anos de idade, em Vitória.
Além dos serviços prestados ao governo estadual, trabalhou na Prefeitura Municipal de Vitória sendo autor de mais de aproximadamente 400 projetos de edifícios públicos e residenciais, a maioria deles localizados em Vitória, especialmente no Centro da cidade, além de alguns outros municípios capixabas, datados dos anos de 1920 até os anos de 1970.
Dentre os projetos de vulto, destacam-se os do Hospital Adauto Botelho, Centro de Saúde de Vitória, Hospital de Tuberculosos – Getúlio Vargas, Hospital Infantil, Colégio Salesiano de Vitória e Museu Mello Leitão, Praia Tênis Clube, sendo numerosos os projetos residenciais.
Testemunha seu belíssimo trabalho um acervo composto de mais de 300 projetos, correspondências profissionais, recibos, notas fiscais, postais e fotografias de Vitória nos anos 20, conservado até hoje graças tanto à meticulosidade do artista, como aos cuidados de sua viúva e filha, além das casas e dos prédios públicos ainda existentes, a maioria deles em Vitória. Além do acervo da família, muitos projetos também podem ser encontrados em instituições públicas como o Arquivo Geral da Prefeitura de Vitória e o Arquivo Público do Espírito Santo.