a que brota…
Rente ao chão,
toda mentira resvala na inutilidade.
Não divague, homem,
esqueça o manto das ondas
que disfarçam os naufrágios.
Ondas guardadas,
não devolvem o gosto de sal
aos lábios despidos
de lembranças.
A ausência de espaço
não poupará
nem mesmo as sombras.
Cada manhã traz consigo
uma nova geografia.
Para tudo existe um peso,
uma medida,
e uma visão distorcida.
Os extremos
também fazem parte da estatística.
O que geme…
As palavras estão sempre
com seus olhos atentos
a me observar do silêncio.
O escrito, o exposto,
essas meias verdes verdades,
já não se escondem atrás de máscara.
Fosse eu íntimo do desentupidor de pia
traria de volta cada arrependimento
perdido no esgoto.
Somente o homem sabe
do vazio sem pele
no orgasmo cuspido.
Eu já lhe disse que
se você sentasse no céu
eu iria ficar o tempo todo empinando papagaio?…
Em que pese os malefícios para o corpo,
arrasto comigo a consciência
de minha insignificância.
Jorge Elias Neto (1964) é capixaba, cardiologista e poeta residente em Vitória – ES. Tem vários livros publicados é colaborador em vários blogs e revistas literárias.
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