Talvez os cisnes
toquem árias
quando abres os olhos,
líquidos, e castanhos como poeira,
para aquele que te espera.
Talvez cachos rodopiem teus cabelos
e os lábios claros serenem o riso
que de teu rosto vem,
quando do corpo retiras o nome.
És lindo e pálido e esguio
ou hediondo como um susto
que rompe o peito e tira os sentidos?
Senhor, que beleza
amaciaria tua voz,
quando anuncias tua passagem
àquele que, surpreso, te nomeia?
[In Senhor Branco ou o indesejado das gentes (inédito em 2004).]
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Paulo Roberto Sodré, nascido em Vitória em 1962, é poeta, escritor, pesquisador e professor universitário de Literatura na Ufes, com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui.)