Teresa Carlota Mariana Augusta da Baviera nasceu em Munique em 12 de novembro de 1850, e morreu solteira em 19 de dezembro de 1925. Era filha de Leopoldo Carlos José Guilherme Luís de Wurtzburgo (1821-1912) e da arquiduquesa Augusta Fernanda de Áustria-Toscana. Foram seus irmãos Luís III (que viria a se tornar rei da Baviera em 1912), Leopoldo e Arnulfo.
O pai da princesa, o príncipe Leopoldo, governou a Baviera durante vinte e seis anos, de 1886 até sua morte em 1912. Exerceu a regência no impedimento dos sobrinhos, legítimos titulares da coroa, os reis Luís II e Oto, acometidos de insanidade mental, estigma trágico na família.
A paixão de Teresa da Baviera pelos estudos de zoologia e botânica levaram-na a viajar por diversos países, realizando pesquisas e explorações, recebendo, com o resultado dos trabalhos apresentados, reconhecida projeção nos meios científicos europeus.
Com os espécimes recolhidos em suas viagens municiou-se de farto material para museus e estudos comparativos. Em 1897 recebeu o título de doutora honoris causa concedido pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique. Também em 1897, depois de criteriosa sistematização, publicou em Berlim o livro Meine Reise in den brasilianischen Tropen, com mapas, quadros, reproduções de fotografias e desenhos. No prefácio da obra declarou que precisou “de cinco anos para completar o estudo comparativo das plantas e animais” que observara e reunira, junto com objetos etnográficos que “teriam de ser repassados aos diferentes museus etnográficos”.
A informação, bastante curiosa, sugere a possível existência de um compromisso da princesa com museus que teriam apoiado sua viagem ao Brasil, além do estímulo recebido do governo de D. Pedro II.
A princesa confessou-se também agradecida aos especialistas que colaboraram na catalogação da maioria do material recolhido. Declara ainda que teve de empreender uma série de viagens (que indica) para completar a elaboração dos seus estudos.
Vale frisar que, quando da publicação da obra, Teresa da Baviera era, desde 1892, sócia honorária da Academia Real de Ciências da Baviera e da Sociedade Geográfica de Munique, vindo a fazer parte de diversas outras associações culturais.
Mais do que uma princesa, Teresa da Baviera foi uma cientista do seu tempo.