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A.D.S.S., estudante de Comunicação Social

20 anos, natural de Vitória, mora em Fradinhos e trabalha como estagiária na Enseada do Suá. É estudante de Comunicação Social. (29.08.2008)

– Viajo muito pra Argentina, Buenos Aires, porque a família de minha mãe é de lá. Vou muito também pra Venda Nova, onde temos um sítio. Eu gosto de Vitória. Há muita diferença entre Buenos Aires e Vitória, claro; Vitória não oferece muita coisa, mas tem como atrativo sua localização, tem praias e fisicamente é bonita. Frequento a praia da Ilha do Boi porque acho que é a menos poluída. Vou somente no final de semana e acho que o capixaba também só frequenta nesses dias, e que tenha muito sol. Meus parentes argentinos acham um absurdo que a gente não vá à praia todos os dias. Aqui tem cinema pra ir, de vez em quando vou à Pedra da Cebola, mas você fica meio sem ter o que fazer. Lá na Universidade dá de tudo. Tem muita gente alienada, que não participa, que entrou na UFES só pra se formar. Eu tento participar, não estou ali só pra pegar o diploma, mas pra aprender. Tem todo tipo de gente e vejo um pouco de preconceito em relação à raça e também em relação ao nível social, aliás, principalmente em relação à parte social, gente que não gosta de se misturar. Até quanto aos lugares que o pessoal vai, muita gente deixa de ir porque lá tem gente com poder econômico mais baixo.

– Acho que tem violência sim por aqui. Comigo nunca aconteceu ainda, mas ando sempre atenta, tenho medo de pegar ônibus à noite; deixo de fazer muita coisa com medo da violência. Não vejo muita polícia nas ruas; vejo é polícia de trânsito. Em Fradinhos então, nada.

– Os ônibus são confusos. Pra eu vir de Fradinhos pra Enseada do Suá é complicado, é o 073 ou o 074, é o Tabuazeiro Circular, agora, pra voltar só tenho o 073. Pra ir pra UFES também é ruim, só tenho o 214, mas dá uma volta muito grande. É ruim mesmo. Tinha que melhorar. Depois de seis da tarde, fica complicado andar de ônibus. Só tem um ônibus que entra em Fradinhos, um que sai do centro. O táxi aqui é muito caro; lá em Buenos Aires é bem mais barato andar de táxi. E o trânsito em Vitória é meio bagunçado, é cada um por si, o pessoal é egoísta e não respeita nem um pouco o pedestre. Engraçado que Jardim da Penha é diferente, é outro mundo, para o pedestre, claro.

– Pra mim a parte mais bonita de Vitória é aquela da Terceira Ponte chegando em Vitória. E as praias são marca registrada. E meu bairro também, o visual é bonito, é muito arborizado. Conheço pouco o Centro da cidade, mas gosto de lá; acho que está um pouco abandonado. Meu pai morou lá muitos anos e sempre que a gente passa lá ele comenta alguma coisa. O que me chama atenção são os prédios mais antigos, tenho até alguns amigos da UFES que moram lá. Mas tem pouca coisa para se fazer no Centro. Quando os parentes vêm passear aqui a gente os leva sempre à praia ou no Centro, mas o que faz sucesso mesmo é a praia. Festa popular por aqui me chama atenção a festa de São Pedro, a procissão dos barcos.

– Acho que o pessoal de Vitória gosta mesmo é de churrasco, é um hábito. Deveria ter mais peixe, mas é mais no final de semana. A base é feijão com arroz e carne.

– Minha turma e outros conhecidos saem muito pra barzinho, bebem sim, acho até que bebem bastante. Bebem muita cerveja. Agora, aqui acho que a turma fuma pouco. Na Argentina, por exemplo, todo mundo fuma, é impressionante. Tem também aquele cigarrinho proibido que a gente vê muito lá dentro da universidade ou na praia. O pessoal por aqui gosta muito de axé e rock.

– Os esportes que vejo mais em Vitória são os de praia, o futebol, vôlei, vela, remo, mas acho que deveria ter mais atividade, acho pouco pras condições favoráveis da cidade.

– Eu acho que está havendo muito crescimento urbano, há muitas construções em andamento, tudo muito rápido. Eu acho que deveria haver uma distribuição de atividades pela ilha. Hoje tudo está muito concentrado na Praia do Canto.

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