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Algumas localidades

Toca

A Toca, localizada na rua Luciano das Neves, quando ganhou este nome estava restrita ao trecho que ia da rua Sete de Setembro até o final, onde moravam os Bernardes. Ela confundia-se com uma estrada de barro, um pouco à esquerda, que ia para a Barra do Jucu, e que hoje é denominada avenida Professora Francelina Carneiro Setúbal. Daí para a frente, considerando-se a linha reta da rua em referência, existia apenas um caminho aberto no meio de uma capoeira e logo mais adiante uma lagoa com fundo arenoso e águas rasas. Transposta a lagoa de pouca largura, prosseguia-se pelo mesmo caminho que dava origem a outras trilhas. A esse local denominava-se Cruz do Campo, que mais tarde, depois de densamente povoado, se tornaria conhecido como bairro de Divino Espírito Santo.

A área na qual se situava a Toca, na rua Luciano das Neves, não chegava a dispor de dez casas. Quem lá morava era considerado um aventureiro e pessoa de espírito desbravador. A energia elétrica mal chegava à metade da sua extensão e a iluminação pública não existia. Esses novos moradores tinham, geralmente, parentes que residiam no centro de Vila Velha, nas imediações das linhas de bonde.

Na cidade, pouco populosa, quase todos se conheciam, e quando não, sabiam pelo menos da existência uns dos outros. Para citar apenas um exemplo, lembramos um cidadão morador da Toca chamado Francisco Ferreira Coelho. O terreno em que ele construiu sua casa era considerado grande, tanto de frente quanto de fundos. Lá ele possuía algumas vaquinhas de leite, um pequeno aviário e alguns animais domésticos, um pomar e uma horta. O Chico Coelho, como era popularmente conhecido, tinha as suas raízes mais fortes fincadas no centro da cidade. Destacava-se dentre seus parentes o Desembargador Ferreira Coelho, morador de confortável casarão no alinhamento — como quase todas as casas da época — da rua Luciano das Neves.[ 2 ]

Bem relacionado na cidade, Chico Coelho recebia muitas visitas em seus domínios, tanto de parentes e amigos como de pessoas desconhecidas. Dessas idas e vindas à casa do Chico Coelho surgiu o nome “Toca”. Bastou que, num determinado dia perdido no tempo, alguém que se dirigia à sua casa para lhe fazer a costumeira visita se encontrasse com outra pessoa e estabelecesse com ela um diálogo mais ou menos assim:

— E aí, há alguns dias que não o vejo. Tudo bem com você?

— Tudo bem, obrigado. E você, como está?

— Tudo em ordem. Só quero saber para onde você vai com tanta pressa.

— Estou indo à Toca, — respondeu o outro, mais enigmático do que preciso.

— Toca?

— Sim, à Toca.

— Que lugar é este? Moro há tantos anos aqui e ainda não o conheço e nem sei onde fica.

O outro, gostando do rumo da prosa, continuou mais misterioso ainda e saiu-se com esta:

— Por acaso você sabe em que lugar se recolhe o coelho?

— Claro que sei. Vive e se esconde numa toca.

— Então estamos entendidos, amigo. Vou à casa do nosso amigo comum, o Chico Coelho. Se ele é Coelho, mora na Toca.

Os dois amigos, trocado o diálogo, deram boas risadas. A conversa tomou conta da cidade, correndo de boca em boca, e o nome Toca pegou.

A princípio era empregado para identificar a propriedade de Chico Coelho, para mais tarde servir de referência àquela área da rua Luciano das Neves. Depois a Toca passou a ser freqüentada por outras pessoas que não se dirigiam apenas à casa de Chico Coelho, que foi totalmente esquecido, mormente nos dias atuais.

Depois de tanto tempo com essa denominação inquestionável e sem batismo formal, o nome Toca caiu quase em completo esquecimento, sendo a localidade apenas conhecida como rua Luciano das Neves com os seus respectivos números, um local ou uma rua como outra qualquer.

O mesmo povo que generosamente homenageou um dos seus primeiros moradores, mutável através das gerações, preferiu, por certo, adotar o nome da rua com os seus números e casas comerciais a lembrar que ali existiu um bairro de maior abrangência identificado como Toca.



Apicum do Poço

Quando nos reportamos aos bondes falamos em Apicum do Poço pela primeira vez e em outra oportunidade, discorrendo sobre o rio da Costa, dissemos que a sua nascente começava no poço do Apicum. Comentamos também que a localidade de Apicum do Poço perdeu a sua identidade quando absorveu o nome Itapoã, pela proximidade com esse bairro.

Entretanto, quem possui imóveis naquela região, lendo a escritura de propriedade registrada no Cartório de Registro Geral de Imóveis, encontrará a denominação de Apicum do Poço.

Apicum quer dizer brejo de água salgada formado à beira mar, vereda arenosa entre banhados e alagadiços. O poço do Apicum era um meio termo desta caracterização. Ao invés de um brejo, tratava-se de um poço de águas escuras, porém transparentes nas margens, e que só perdiam essa transparência à medida que se distanciava para partes mais fundas. O grosso das suas águas surgia e brotava da imensa vegetação aquática das proximidades, daí a coloração escura, mas mesmo com essa tonalidade não era imprópria para banho.

Quando em Apicum do Poço moramos, juntamente com a pouca meninada da vizinhança fizemos desse ponto um dos locais prediletos da nossa recreação, com as nadadas, os caldos aplicados e recebidos e as diversas brincadeiras tramadas, mergulhos e mais mergulhos, até ficarmos de olhos vermelhos. Brincávamos de boto-tainha, sendo os perseguidos as tainhas e o perseguidor o boto, e só deixava de sê-lo no momento em que conseguia agarrar um dos participantes. Aí a tainha virava boto, de perseguida virava perseguidor, e recomeçava tudo de novo. Para melhor identificar botos e tainhas, antes ou após os mergulhos de perseguição e de escape, gritavam: “Boto!” E, em coro, os perseguidos respondiam: “Tainha!” Daí o nome da brincadeira de boto-tainha. A escolha do boto da primeira rodada era determinada em sorteio, a menos que se apresentasse algum voluntário. Conseguido o primeiro, os seguintes surgiam uns após os outros. Bastava que uma das tainhas virasse presa, assumindo de imediato a condição de boto.

Esse lugar aprazível em que moramos por quase três décadas e onde nasceram os nossos dois irmãos mais moços — César e Olga — de um total de sete, merece da nossa parte uma referência muito especial. Não porque ali crescemos, mas pelos vários amigos e companheiros que ali fizeram parada, visitando-nos e participando das estrepolias. Dentre estes há um amigo, o Ari Queiroz da Silva, que foi nosso colega no Ginásio do Espírito Santo. Quando nos encontramos a conversa, vira-e-mexe, descamba para esse assunto. Ari, homem culto e de caráter ilibado, exerceu no governo do Espírito Santo alto cargo efetivo, no qual se aposentou, além de outros em comissão. Mesmo aposentado foi secretário de Estado e procurador geral, na Procuradoria do Estado. Atualmente, depois de um hiato em governos passados, voltou a assumir o mesmo cargo de procurador geral a convite do governador José Ignácio.

O seu depoimento nos é muito valioso, pois retrata esse lugar com fidelidade e independência, sem quaisquer interesses, a não ser o da amizade, considerando-o bonito e bucólico. Apontava para nós dizendo:

— Lugar bonito era aquele em que Zé morava!

E descrevia-o:

— A região tinha um nome sugestivo: Cruz do Campo. Era lá que estava delimitado, no Apicum do Poço, o sítio da sua família. Impressionava-me o verdejante pasto, em capim Pernambuco. Brotavam nele, em grande extensão, milhares de florzinhas amarelas compondo a paisagem como se fora um imenso tapete florido, no apertar dos olhos. Um pouco mais distante da porteira de entrada desse sítio via-se uma casa de telhado com duas águas, avarandada nas laterais e ostentando à sua frente um vistoso pinheiro de Natal, a prumo com suas copas e hastes bem definidas, crescendo e se estreitando para o alto, até findar o seu último pedúnculo, em broto tenro preparando-se para despachar novos galhos.

E prossegue:

— E a vista do pomar! Um pequeno córrego tortuoso e marulhante, se observado não de tão longe, escorria entre as ramagens que se debruçavam sobre as suas águas. A sombra amiga de algumas árvores nativas. Saltavam aos olhos dois pés de sete-cachos frondosos para a espécie. De seus cachos brotavam, na primavera, infinitas pétalas brancas com um ligeiro rajado róseo na base. Era flor de uma só pétala! Bastante requisitada pelas abelhas que, na disputa de seu néctar, faziam-se ouvir no zumbido da faina, nervosas, no pouso de flor em flor. Na predominância da cor, o chão ficava alvo delas. E como se não bastasse, exalavam um perfume ativo e inebriante, sentido a distância.

E conclui:

— Era um presente da natureza admirá-las no seu porte, na cobertura alvacenta das flores, em contraste com a folhagem muito verde, vendo-se o chão coberto delas e no olfato sentir o gosto do seu perfume! Compondo, finalmente, o sossego campestre, como pano de fundo, ao longe avistavam-se os decantados morros do Moreno e do Convento da Penha, altivos e serenos.

O cair da tarde

A passarada agitada recolhia-se nas copas das árvores, mais nas das mangueiras do que nas outras. As sabiás pardas em bandos e em maior número, com estridentes pios que mais pareciam miados de gato, disputavam, num bater de asas frenético, um lugar para se abrigarem em meio às folhagens.

Bem alto, riscando o céu, ora descendo, ora subindo, as berrumeiras faziam ruidosas revoadas, num vaivém, para, em dado momento, se decidirem pelo local para o seu recolhimento. Quando o faziam, de ponta-cabeça e num vôo em delta que terminava num razante espetacular seguido do seu sibilar cortante, pousavam no campo do seu pernoite. No lusco-fusco da noite, com vôos repetitivos em ziguezagues ou círculos, os bacuraus quase tocavam suas asas no chão.

Ainda menino e com o nosso irmão mais moço, César, o maior parceiro de parte das nossas peraltices de criança, descíamos da varanda de casa para aproximarmo-nos dessas aves noturnas que passavam rente aos nossos corpos, como se nos instigassem a persegui-las ou caçá-las. Era o que fazíamos usando uma vara flexível de bambu. A bem delas e nosso também, nunca conseguimos abatê-las. Mas era divertido vê-las, em manobras rápidas, desviar-se das vergastadas sucessivas aplicadas contra elas.

A noite em queda aos poucos virava breu. As estrelas no céu cintilavam aos milhares às nossas vistas, mas embaixo a escuridão tornava-se assustadora. Não mais temerosa porque orientávamo-nos pelos lampiões e lanternas a querosene, cujas luzes bruxuleantes, dentro da casa, vazavam pelas pequenas vidraças de portas e janelas.

Apesar de ser noite, ainda não havia chegado a hora de nos recolhermos à casa. As nossas estrepolias continuavam. Faltava a caça aos vaga-lumes nas suas trajetórias luminosas, num acende-e-apaga que cortava a escuridão. O propósito era apanhá-los vivos e para fazê-lo acompanhávamos o seu percurso iluminado. Um bater de mão, quando estávamos com sorte, atirava-os ao chão. Recolhê-los não era difícil. Denunciavam-se no escuro pelos dois olhinhos iluminados, que brilhavam como se fossem dois minúsculos faróis de carro semi-apagados.

De outra espécie, os pirilampos tinham a sua fluorescência na cauda. Também se denunciavam caminhando no chão quando derrubados. Os vaga-lumes eram recolhidos numa caixa de fósforos vazia. Assim, no quarto escuro, na hora de dormir, vê-los vagueando iluminados era a nossa última distração antes de pegarmos no sono.

Mas antes disso, ao retornar à casa sentávamo-nos à mesa, em volta de um lampião aceso, junto com a família que conversava distraidamente sobre os acontecimentos do dia, fazia planos e contava histórias. Para encerrar, minha mamãe, com papai atento, fazia as orações da noite tiradas do seu velho catecismo. Embora sérios e contritos, a nós e outros irmãos mais novos isso dava ensejo a risos por sermos muito crianças, principalmente quando em certa altura se pedia a Deus proteção para os moribundos. Nós fazíamos uma imediata associação à bunda, embora o momento fosse impróprio para risos e mamãe já houvesse pacientemente explicado o sentido do vocábulo moribundo. E a história se repetia sempre, pois não conseguíamos controlar o riso, que escapava entre os nossos dentes cerrados. Nosso pai, sério, a tudo presenciava sem nos repreender, deixando a cargo da mamãe fazê-lo, o que nem sempre acontecia. Findas as orações, era chegada a hora do recolhimento aos nossos quartos, e a noite terminava como esperado: pedíamos bênçãos e éramos abençoados, desejando-nos bem lá do fundo dos seus corações uma boa noite!

Sítio do Batalha

Detivemo-nos, por bom tempo, falando sobre o morro do Batalha quando dissemos que o rio da Costa, pelo lado sul, lambia-lhe os beirais do lajedo e, a oeste, encostava-se novamente às suas faldas.

Falta, no entanto, falar desse importante lugar dando ênfase à sua paisagem e à sua pradaria como adequadas ao lazer de tempos pretéritos. Comecemos pela sua localização. A entrada ficava à margem da avenida Jerônimo Monteiro demandando à praia da Costa, hoje avenida Champagnat, e era frontal à rua Luíza Grinalda. Toda essa testada era guarnecida por uma cerca de arame farpado, sustentada por mourões de camará, a intervalo um do outro não inferior a metro e meio.

Adentrava-se o sítio por uma grande porteira rústica de madeira de lei, com tábuas falquejadas, suportando-a no seu vaivém, um volumoso e forte batente de madeira também de lei, esquadrejado. Durante o dia, porteira e batente ficavam envolvidos, à guisa de tranca, por uma grossa argola de arame liso facilmente removível. À noite, além da argola de arame liso, corrente e cadeado deixavam a cancela à mercê dos moradores do sítio. Junto ao batente, uma passagem angulosa para pedestres, livre a qualquer hora do dia e da noite. Ultrapassada a porteira, logo à frente e à esquerda, dois frondosos cajueiros, lado a lado, se tocavam. Muita sombra para os dias de sol e deliciosos cajus amarelos na temporada.

Caminhando-se um pouco mais, ia-se ao encontro, no meio do campo, de uma casa de duas águas coberta de zinco, não muito grande, ostentando na sua fachada duas largas janelas que se abriam para fora em bandas. A entrada era feita por portas laterais a leste e ao fundo, onde estava instalada a cozinha. Para ventilação e iluminação dos quartos e da sala mais duas ou três janelas ocupavam as laterais, além das existentes na fachada. Eis a casa de seu Reparato, como a conhecemos.

Nos fundos da casa e mais além havia um curral com cocheiras para forragem ou outra alimentação apropriada ao gado de leite. O chiqueiro da bezerrada era apartado. Um pouco mais distante erguia-se uma granja.

O gado, além de alimentar-se com a ração, apascentava-se no correr do dia na pastagem ali existente que era muito bem cuidada. As ervas daninhas que nela medravam eram arrancadas à mão, pela raiz, para que não voltassem a crescer. Era essa relva, fora da estação de estio, de um verde muito vivo e limpo a ocupar os lugares planos e a subir morro acima. Aqui e acolá, em espaços irregulares, havia árvores, frutíferas ou não. As primeiras, além dos frutos que ofereciam, serviam com as demais de proteção ao gado, abrigando-o do sol ardente e proporcionando-lhe descanso em sua ruminação. Sem dúvida o sítio do Batalha, por tudo isso e muito mais, era um local aprazível e fazia o deleite de quem o frequentava.



Chiquinho da Batalha



O primeiro morador de que se tem notícia e proprietário desse lugar pitoresco chamava-se Francisco Batalha, apelidado Chiquinho da Batalha.

Vinha a ser, trazendo-o para mais perto dos nossos dias, avô do saudoso Antônio Pinto Rodrigues, intelectual e um dos fundadores da Academia de Letras Humberto de Campos, nascida do Centro Cultural Humberto de Campos.

Chiquinho da Batalha, no seu tempo, conforme pesquisamos, fora um homem muito curioso. Tinha ares de cientista e inventor, apesar de se ter conhecimento da tentativa de só um invento de sua parte. Era um homem enigmático que queria trazer ao mundo algo novo, espetacular e com isso, quem sabe, ganhar fama, amealhar recursos e ainda ver o seu nome incluído no rol dos inventores notáveis do fim do século XIX. Alimentava a ideia fixa de trazer a lume o “moto contínuo”. Poderia ser uma máquina ou um aparelho que, uma vez acionado, sem interferência humana, por moto próprio, funcionasse indefinidamente. Essa geringonça não deveria servir para locomoção, por certo seria de giro mesmo.

Conta-se que Chiquinho, por essa descoberta, desestabilizou-se. Vendeu bens móveis e semoventes, trabalhando dia e noite sem conseguir dar forma à sua idéia. Seu trabalho nunca foi visto e ninguém sabia de sua concepção, porquanto era executado no mais absoluto sigilo. Dizem alguns que ele poderia ter experimentado algum arremedo de sucesso, mas o fato é que o nosso inventor despediu-se deste mundo para outro melhor sem nem sequer deixar um protótipo, mesmo inacabado, para os olhos curiosos do povo. Imagina-se que ele mesmo, com suas economias comprometidas e sem recursos para tocar o projeto, ou os seus herdeiros, por julgarem-no inexeqüível, o tenha destruído.

Lazer



O sítio do Batalha, pela sua localização e mais variadas alternativas de lazer, foi eleito ponto favorito dos jovens de Vila Velha nas décadas de 30 e 40. Com dois pedaços de pau fincados de um lado e do outro do terreno e quatro linhas imaginárias traçadas, fazia-se um campo de futebol onde jogavam os camisados contra os descamisados. O tempo de jogo era o que menos se contava e o número de gols estabelecia a troca de lado do campo e o fim da partida. Dependendo do dia da semana, o cair da noite determinava o fim da peleja.

O morro com a sua relva macia e uniforme permitia a nós meninos deslizar de cima a baixo sobre tábuas preparadas ou sobre sapatas abauladas e flexíveis recolhidas no chão e provenientes das palmeiras imperiais da Prainha de Vila Velha. Nem todos os que desciam chegavam incólumes ao sopé do morro. Muitos ficavam pelo caminho, caindo ao perderem o equilíbrio. Os mais ousados, não satisfeitos, metiam-se dentro de pneus e vinham até o pé da elevação, quando não caíam antes de concluir o percurso. No fim da descida todos ficavam tontos e cambaleantes.

O sítio do Batalha, além da entrada principal, dispunha de muitas outras feitas por vizinhos, cujos quintais faziam frente para a rua Antônio Ataíde. Com tanta liberalidade há de se convir que se tratava de um recanto acolhedor e democrático.

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NOTAS

[ 2 ] Essa casa, resistindo ao tempo, depois da metade do século XX foi negociada pelos herdeiros com uma irmandade religiosa que a transformou num educandário de ensino. Num primeiro momento, a congregação religiosa o denominou de Colégio Nossa Senhora da Penha, sendo a sua primeira diretora a caridosa Irmã Feliciana Garcia. Esse estabelecimento de ensino ganhou notoriedade e cresceu. Tinha necessidade de se expandir. Espaço físico não lhe faltava. A mansão adquirida dava-lhe meios para tanto com o seu terreno ocupando todo um quarteirão. O novo prédio foi erigido. A sua denominação mudou de Colégio Nossa Senhora da Penha para a de Colégio São José, já que um outro mais antigo, o dos Irmãos Maristas, usava aquele nome.

[In SETÚBAL, José Anchieta, Ecos de Vila Velha, Vila Velha-ES: PMVV, 2001. Reprodução autorizada pelo autor.]

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José Anchieta de Setúbal nasceu em Vila Velha-ES e se formou em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo. Ex-prefeito e ex-vereador por Vila Velha, foi procurador substituto do Estado, sub-chefe da Casa Civil, coordenador da Defensoria Pública e secretário da Justiça. Foi membro do Conselho de Sentenças da Comarca da Capital e sócio-fundador do Rotary Club de Vila Velha.

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