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D.F.S.R., cabeleireira

Bairro onde mora e trabalha: Maruípe
Profissão: cabeleireira – trabalha também como voluntária no hospital Santa Rita
Naturalidade: Nova Venécia, ES
Idade: 65
Tempo de residência em Vitória: 34 anos
Estado civil: casada
Filhos: 1

A cidade de Vitória como ambiente para se viver.

– É lindo. O traçado de Vitória é muito bonito. Eu acho lindo. A única coisa ruim é o trânsito que a cidade não comporta. Mas a cidade é muito arborizada, muito bonita. Só que é uma cidade que não tem escolha, não tem jeito, o trânsito é um engarrafamento só. A Avenida Maruípe, então, é um absurdo porque é muito mal planejada nesse sentido.

Aspecto físico.

– É uma ilha, mas é cheia de morro. Tem muito morro.

O que você mais gosta em Vitória?

– Eu gosto dos parques, do mar, eu acho lindo, não é nem para tomar banho. Mas eu sou fascinada por água. Eu tenho que morar em cidade que tem mar. Saber que o mar está lá. Eu vou muito a parque, eu vou muito ao Horto, que é aqui perto, mas no Parque Moscoso, que eu ia muito, não vou mais. O parque da Pedra da Cebola é muito gostoso, também. É cheio de criança brincando, é muito bom, tranquilo. Eu gosto muito de lá também.



Bairro de que mais gosta.

– Eu praticamente conheço todos os bairros mais antigos, porque quando eu dava aula pela Secretaria do Bem-Estar Social, a gente ia em cada buraco, andava tudo. Então esses bairros mais antigos eu conheço todos, mas os mais novos eu não conheço. Eu gosto muito de Maruípe, muito mesmo. Outro que se fosse para eu morar é Jardim da Penha, porque parece um pouco vila de interior. Agora Maruípe, Maruípe parece que tem um negócio que quem muda sempre volta.

É fácil fazer amigos, se socializar em Vitória?

– É; eu acho fácil fazer amigos. O capixaba é muito comunicativo, prestativo. Aqui em Maruípe todo mundo conhece todo mundo, sabe quem é do bairro.

Custo de vida.

– Olha; eu acho alto em relação à renda per capita.

Oportunidade de trabalho.

– Em algumas áreas é boa, outras não. Mineração, mármore, confecção, mas pra outras áreas… Eu acho muito difícil pro jovem que sai da universidade. Você tem que ter experiência pra começar a trabalhar, mas você acabou de se formar então fica difícil, realmente.

Tradições antigas.

– Eu participo da Festa de São Pedro, Santo Antônio também. Vai muita gente, fica cheio. Tem missa, barraquinha, apresentação de teatro. É tranquila. Geralmente o que dá confusão é a festa profana. A procissão de São Pedro é de manhã. Eu vou pra ver, acho bonito; os barcos todos pintados, enfeitados, e os pescadores com aquela devoção toda. Eu só não vou quando não posso mesmo. A festa de São Pedro é lá na Praia do Suá, no mar, os barcos passam e a gente fica na curva do Saldanha vendo passar

Tradições recentes.

– Vital eu não vou não, Deus me livre aquela loucura. O carnaval do Centro, eu ia olhar quando era menos violento. Agora virou uma baderna. Umas músicas chatas. Eu vinha quando eu morava em Nova Venécia, eu vinha brincar no Clube Vitória, no Álvares, na rua também, lá na Praça Oito.



Como você se diverte?

– Eu acho os botecos de Vitória muito gostosos. Eu vou de vez em quando. Vou aqui em Maruípe, Praia do Canto (Triângulo das Bermudas), Jardim da Penha (Rua da Lama). Eu gosto de ir ao cinema também, ou uma festinha na casa de amigos. Eu gosto também de dar um passeio pela cidade, pra ver a cidade, às vezes a pé, de carro, ou de ônibus. Costumo ir ao Centro, aos bairros, pra ver os monumentos antigos, as construções. Eu gosto de ver essas coisas e de passear sem pressa pela cidade, pelo Horto.

Transporte.

– No meu bairro, eu acho excelente, porque tem muito ônibus. Mas o Transcol eu acho um desespero. Sempre lotado. Nós, aqui de Maruípe, somos privilegiados, mas quem depende de Transcol sofre.

Educação.

– O estudo público está péssimo, muito fraco. E o particular, eles estão criando meninos mal-educados. Outro dia eu estava no ônibus e um menino nem se mexeu pra dar lugar a uma senhora mais idosa. Não se tem mais respeito.

Saúde.

– A pública está um caos e os planos de saúde extorquindo da gente, chantageando, ameaçando. E a saúde pública está um caos.

Grandes problemas.

– Acho que a chuva. Quando chove a cidade fica toda alagada. A gente não tem condição de sair. É o pior momento de Vitória, quando chove. Porque a cidade fica abaixo do nível do mar, então não escoa a água, demora, ainda tem os bueiros entupidos, complica muito.

Grandes vantagens.

– Nós moramos num eixo: Rio, Minas e Bahia, um eixo muito bom, um eixo rodoviário muito bom. As estradas estão péssimas, mas o eixo é bom. Acho que facilita a economia do estado.

Como você vive em Vitória?

– Eu gosto de Vitória, me acostumei a viver aqui. Financeiramente, a gente vai levando do jeito que pode, trabalhando, recebendo aposentadoria. Agora, se Vitória não tivesse esse índice de violência tão alto, seria bem melhor viver. Agora a gente vive com medo, vive preso. Mas todo lugar está violento, né?

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