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E.O.E., bibliotecária

54 anos
Divorciada, mãe de um filho
Natural de Vitória
Reside na Praia da Costa, Vila Velha
Bibliotecária

Nasci e passo a maior parte dos meus dias em Vitória. Aproveito a oportunidade para fazer um exercício de observação, uma vez que, por viver aqui, cresci com as mudanças e acabo por me acostumar com elas, do mesmo modo que não percebemos o quanto nosso filho cresceu hoje, até que o comparemos com uma foto de algum tempo atrás.

A cidade, vista de Vila Velha, onde moro, parece espremida nas bordas do maciço. Mas quando estamos nela, vemos o quanto se expandiu, tanto em áreas antes desocupadas, quanto em áreas avançadas mar adentro. E mais, a capital se estendeu até mesmo para além da ilha, ocupando também uma parte continental. Essa ilha faz com que suas fronteiras sejam sempre através de alguma ponte, sendo que das mais importantes nunca nos lembramos dos nomes, somente uma relação com números: as CINCO pontes, a SEGUNDA ponte, a TERCEIRA ponte, e já tem até planejada uma QUARTA ponte… E falando em nomes, uma característica minha, bem como de muitos conterrâneos, é não se lembrar dos nomes das ruas; só sabemos a rua que sai na praia, a rua de tal estabelecimento, perto de tal local.

A paisagem natural da ilha de Vitória tem sempre algo a ver com o mar. Muitas praias, mangues, Mata Atlântica, mas nas áreas mais urbanizadas é possível ver espaços muito bem cuidados, com canteiros de árvores e flores, e muito verde. Apesar de pequena, tem muitos parques em várias regiões, onde podemos encontrar muita vegetação, animais, e áreas de lazer.

Os prédios cresceram na parte mais nova, fazendo esse lado da ilha parecer uma cidade moderna, mas ainda somos como de uma cidade pequena, onde conhecemos os nomes de várias famílias, profissionais, políticos, personalidades tradicionais, e gostamos de andar bem à vontade nas ruas. Na parte mais antiga há vestígios da história, que alguns tentam preservar, mas que ainda pode ser bem mais utilizada quando for revitalizada.

De cidade grande também temos os engarrafamentos, que parecem mais difíceis de serem resolvidos devido à geografia da ilha, e cada dia mais pessoas chegam de outros estados pra ficar, procurando qualidade de vida.

Nossa cultura local infelizmente não é muito valorizada nem por nós mesmos, e por não assumirmos a nossa cara ainda somos vistos por muitos como um lugar no caminho entre dois Estados da Federação. Mas, como já dito, quem o descobre não quer mais sair.

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