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J.M.F., vendedor ambulante

Bairro onde mora: São Pedro II
Bairro onde trabalha: Praia do Canto
Profissão: vendedor ambulante (pipoqueiro); é motorista profissional, mas trabalha mesmo como ambulante, acha que vai se aposentar como ambulante.
Naturalidade: Afonso Cláudio – Brejetuba
Idade: 54 anos
Tempo de residência em Vitória: 29 anos
Estado civil: casado há 33 anos, mas separado há 4 anos
Filhos: 6

O que você acha da cidade de Vitória como ambiente para se viver?

– Um ótimo lugar para se morar. A cidade é muito bonita. Inclusive vem muita gente de fora morar aqui que não quer mais voltar. Eu conheci um cara que veio da Bahia, de Itamaraju, que depois voltou e não conseguiu viver lá de novo, então voltou pra Vitória. Tem lugar na Bahia que é muito pobre.

Como descreveria o aspecto físico da cidade?

– É bonita; é muito bonita.

O que você mais gosta em Vitória?

– Das praias. Eu frequento para trabalhar, vender coisa. Mas são muito bonitas. Tranquilas.

Você conhece a ilha como um todo? Quais bairros você gosta mais?

– Conheço quase toda. O bairro que eu mais gosto é onde eu moro, São Pedro. É onde eu tenho amigos, conheço todo mundo. É um bairro baixo, sem morro. Antigamente era um manguezal. Pra chegar nas casas tinha passarela. E a maré enchia e esvaziava. Agora tá bem melhor, tá especial, tem muita coisa.

Como você se relaciona em Vitória? É fácil fazer amigos? Descreva o perfil do capixaba.

– O capixaba é muito amigo. Eu sempre estou fazendo novos amigos. É um povo que gosta de conversar.

Quanto às oportunidades de trabalho o que você tem a dizer?

– Olha; eu sempre encontrei serviço aqui, desde que eu morei aqui. Não consegui arrumar emprego como motorista, mas trabalho como ambulante há muitos anos, e não acho que seja difícil encontrar trabalho.

Você frequenta as praças e parques de Vitória? O que acha?

– São muito bonitos. Eu vou sempre na pracinha dos Namorados vender pipoca, todo final de semana. Eu vou pra trabalhar, mas eu acho bom.

Como descreveria o transporte e o trânsito da cidade?

– O transporte no bairro onde eu moro é especial, é muito bom, tem muita linha de ônibus. Final de semana diminui, mas tem as vans. Eu deixo o carrinho de pipoca aqui na Praia do Canto na casa de um advogado, sempre deixei lá, pra facilitar.

Como você se diverte?

– Uns tempos atrás, eu ia pra igreja aos domingos à noite, quinta também quando tem culto. Era até coordenador da igreja. Mas agora com problema de família não estou indo.

Você participa das tradições que ainda restam? (congadas, procissão dos navegantes, festa da Penha…) e das tradições mais recentes? (Vital, carnaval…)

– Dessas antigas eu participo, às vezes, vendendo, só vendendo. Vital, carnaval eu sempre vou pra vender também. É muita confusão. Eu nunca vi nada assim pior, mas no outro dia que a gente fica sabendo de bala perdida, essas coisas.



Quais são os grandes problemas de Vitória em sua opinião?

– A violência. Nossa capital é uma das primeiras mais violentas do país. Uma coisa horrível.



E as grandes vantagens de se viver aqui?

– É o serviço. Sempre tem serviço. E agora com a Petrobrás vai melhorar mais ainda, vai entrar dinheiro, investimento, já tá entrando.



O que acha do custo de vida?

– Eu não conheço a base de outras capitais. Mas varia. Acho que dá pra viver. Tem muitas promoções. Tem que aproveitar essas horas pra comprar porque aí dá pra comprar.



O que acha da saúde?

– Lá no meu bairro está especial, tem muitos postos e tem uma policlínica, e aquela ambulância que vai em casa. Tá muito bom.



O que acha do ensino?

– Olha; o ensino não tá ruim, não. Meus filhos não foram além porque não se esforçaram. Mas tem o de 23 anos que fez o 3º ano e terminou. E o mais novo, de 16 anos, quer ir para a escola de Aeronáutica. Então eu tô gastando com ele. Ele tá fazendo um curso na Escola Santa Bárbara, pra ver se consegue entrar, ir pra Aeronáutica.

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