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Manoel Vivacqua

Fazendo do meu verso uma arapuca,
De dentro dela saco um “Tartarim”,
Um caçador famoso, que, por fim,
Saiu caçado: — o trêfego Manduca.
Às voltas com o mosquito e com a mutuca,
Na mata virgem, ou mesmo no capim,
Esparramando tiros de festim
Trucida a bicharia pela nuca.

Ninguém escapa à louca pontaria
De tão exímio caçador valente,
Que toda a bicharada estropia.

Do bicho mais feroz arranca o dente!
Mas, se, dentro da mata, um gato mia,
Desata na carreira de repente…

[In Roda de perfis, Rio de Janeiro: Pongetti, 1935. Publicado com o pseudônimo Jota-Esse, o livro reúne uma série de poemas de autoria de Jones dos Santos Neves ou de Francisco Sarlo satirizando com bom humor os companheiros do Rotary Club de Vitória. Todos os poemas aqui transcritos são de autoria de Jones dos Santos Neves.]

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© 2001 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Jones dos Santos Neves graduou-se em Farmácia no Rio de Janeiro e, de volta a Vitória, casou-se, em 1925, com Alda Hithchings Magalhães, tornando-se sócio da firma G. Roubach & Cia, juntamente com Arnaldo Magalhães, seu sogro, e Gastão Roubach. A convite de interventor João Punaro Bley, em 1938 funda e dirige, juntamente com Mário Aristides Freire, o Banco de Crédito Agrícola (depois Banestes), tendo depois disso seu nome indicado juntamente com o de outros dois, para a sucessão na interventoria. Foi então escolhido por Getúlio Vargas como novo interventor, cargo em que permaneceu de 1943 a 1945. Em 1954 retomou seu trabalho no banco, chegando à presidência, sendo, em 1950, eleito  governador do estado. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

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