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Ó bela Lilia

Coro: Ó bela Lilia,
Como tens passado?
Tanto tempo eu não lhe vejo,
Onde você tem andado?
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Solo: Aonde eu andava
Passava muito bem;
Ainda melhor eu passaria
Se fulana fosse meu bem.
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Solo: Se fulana fosse seu bem
O que é que você faria?
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Solo: Eu cantava e pulava
Com prazer a alegria.
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Das mais difundidas cantigas de roda em nosso Estado. Continua em pleno viço. Cantam-na as crianças capixabas em todos os recantos do Espírito Santo.

São mínimas as variantes: “Tanto tempo eu não te vejo”; “Eu cantava, eu pulava / Eu dançava noite e dia”; “…toda a noite e todo o dia”. Os verbos dos dois últimos versos são quase sempre os mesmos, alterando-se apenas a posição: pulava, cantava e dançava; às vezes: brincava, saltava ou andava. Numa variante de Vitória, talvez por influência religiosa, incluiu-se este verso final: “E rezava Ave-Maria”.

Ainda não deparamos esta cantiga de roda em nenhum cancioneiro, mas é possível seja ela conhecida também em outros pontos do Brasil.

Modo de brincar: Arma-se a roda, ficando a centro a “bela Lilia”. Inicia-se o diálogo, bisando-se cada grupo de dois versos, até que a “bela Lilia” escolha seu “bem”. Este, depois da resposta final (“eu pulava, eu dançava…”) vai para o centro da roda e assim se repete o folguedo até “enjoar”, como as crianças dizem.

Em outra variante, a “bela Lilia” fica fora da roda; quando, porém, o coro termina a 1a parte da cantiga (“Aonde você tem andado?”), ela entra para o centro da roda, e o brinquedo se desenvolve como se explicou acima.

[SANTOS NEVES, Guilherme (pesquisa e texto), COSTA, João Ribas da (notação musical). Cantigas de roda. Vitória:Vida Capichaba, 1948 e 1950. (v. 1 e 2).]

Guilherme Santos Neves foi pesquisador do folclore capixaba com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

João Ribas da Costa foi professor no interior do Estado do Espírito Santo.

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