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Entrevistado: Gelson Loiola

Entrevistado: Gelson Loiola
Entrevistador: Vanessa Brasiliense
Data da entrevista: 27 de outubro de 2011.

Profissão: Policial Militar da reserva PMES, professor, escritor.
Data e local de nascimento: Vitória-ES, 15 de outubro de 1951.

VB: Como conheceu Olympio Brasiliense? Ou como teve informações sobre ele?

GL: O nome de Olympio Brasiliense veio à tona, quando durante pesquisas realizadas em 2009, para elaboração do livro sobre A evolução histórica da Polícia Militar do Espírito Santo: 1800-2010, em fase de conclusão, nas comemorações do aniversário de 101 anos do coronel reformado da PMES Amado Ribeiro dos Santos, realizada na residência de seu genro, coronel da reserva Caliman, ocasião que tive a honra de conhecer a entrevistadora e historiadora Vanessa Brasiliense, que durante a nossa conversa, informou-me sobre dados relacionados com projeto de construção do Quartel de Maruípe elaborado por seu pai, Olympio Brasiliense. Conforme inserido na citada obra nos seguintes termos:

“Em 1931, o Quartel do Moscoso em virtude dos problemas já abordados, com relação ao peso da obra e a consistência deficiente do terreno, segundo Assis (1935), ocorre o desabamento de algumas paredes e do telhado exigindo novos reparos, ocasião em que o comandante geral Regimento Policial Militar capixaba, tenente-coronel Carlos Marciano de Medeiros promove a construção de mais dois pavilhões, um para o Rancho e outro para o Serviço de Saúde da Corporação capixaba, minimizando a situação.

O fato ocorrido leva o tenente-coronel Medeiros a solicitar ao engenheiro Olimpio Brasiliense, (pai da historiadora capixaba Vanessa Brasiliense), em dezembro de 1931, a elaboração de um projeto arquitetônico para construção de um novo aquartelamento para a Corporação Policial Militar do Espírito Santo, conforme consta do seguinte documento:

‘Olympio Brasiliense

Encaminha ao ten-cel Carlos Marciano de Medeiros

30 de janeiro de 1933.

Tendo V,Excia, em dezembro de 1931, me autorizado à confecção de um projecto para o novo quartel do Regimento Policia Militar deste estado, logo iniciei os estudos e posteriormente de acordo com o nosso entendimento, passei a elaborar o ante-projecto.

Assim venho fazer a entrega do ante-projeto junto, nas condições em que se encontrava quando suspenso em dezembro de 1932.

Amº Attº Obgdº

Olympio Brasiliense’” [transcrito do original – propriedade de Vanessa Brasiliense]

“Assim, Olympio Brasiliense, autor de muitos projetos na capital e no interior do Estado, inclui entre os seus feitos, o primeiro projeto do Quartel da PMES de Maruípe, iniciado e concluído 1932, não sendo executado em virtude do inicio da “Revolução Constitucionalista de 1932”, sendo enviado a comando da Corporação em 30 de janeiro de 1933, após o fim da revolução, conforme documento original de posse da citada historiadora.” [transcrição da obra “A evolução histórica da Polícia Militar do Espírito Santo: 1800-2010”,  autoria de Gelson Loiola, em fase de conclusão]

Devido ao fato, me interessei em pesquisar um pouco sobre sua origem e suas obras que tiveram início no governo de Florentino Avidos (1924-1928).

VB: Qual o relacionamento estabelecido com Olympio Brasiliense?

GL: Olympio Brasiliense faleceu em 1985, apesar de já estar na PMES havia 10 anos, passei a maior parte atuando pela PMES no interior (1979-1985) em Colatina e (1986-87) em Nova Venécia- ES, e infelizmente não conheci pessoalmente o Dr. Olympio.

VB: O que sabe sobre: cronologia de OB, sua vinda para Vitória, seu trabalho, seus contatos e amigos?

GL: O que sei obtive através de pesquisa em publicações pela mídia capixaba, onde consta que Olympio Brasiliense, nasceu em 1903, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Fez seus estudos na Escola de Engenharia de Ouro Preto e na Escola Mineira de Agronomia e Veterinária de Belo Horizonte. Veio para o Espírito Santo no inicio do governo de Florentino Avidos em 1924, onde passou a integrar a equipe da Comissão dos Serviços de Melhoramentos do governo do Estado. Casou-se com Dª. Rosalina da Silva Brasiliense e trabalhou na Prefeitura Municipal de Vitória, onde se aposentou.

VB: O que sabe sobre o trabalho que Olympio Brasiliense desenvolveu no Espírito Santo?

GL: Em 2009, o Mercado São Sebastião, de Jucutuquara, inaugurado em 1949, completou 60 anos, então resolvi escrever uma carta ao Jornal A Tribuna para enfatizar o fato, e na pesquisa descobri que o projeto é de autoria de Olympio Brasiliense, assim como me faz crer que a casa que fica ao lado, e que está sendo restaurada pela Prefeitura Municipal de Vitória, e o prédio da delegacia local, também sejam de sua autoria. A mídia cita algumas obras dentre as quais se destacam o Centro de Saúde de Vitória, o Colégio Salesiano de Vitória, o Hospital Getúlio Vargas, o Hospital Infantil de Vitória, o Mercado São Sebastião. No no interior do Estado, o Museu Mello Leitão.

Esta publicação levou ao jornalista de A Tribuna, Pedro Maia, a publicar um artigo em sua coluna “Cidade Aberta”, em homenagem a Olympio Brasiliense, no dia 10 de julho de 2009, quando então passei a saber um pouco mais sobre o homenageado.

VB: Conheceu seus projetos?

GL: Sim, pessoalmente por ocasião em que sua filha (entrevistadora) Vanessa Brasiliense organizava o material (fotografias e mais de 300 projetos), para a Mostra que foi realizada na Aliança Francesa, em Vitória-ES.

Devo acrescentar que Olympio Brasiliense foi um dos fundadores do Iate Club do Espírito Santo. Ata de fundação:

“Ata de fundação de um clube esportivo como se segue: Aos seis ( 6 ) dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e quarenta e seis ( 1946 ) , nesta cidade de à rua Sete de Setembro, onde se acha estabelecida a Casa Bancaria Peixoto & Cia Ltda, às 17 horas e 30 minutos reuniram-se os snrs. Oswaldo de Freitas Victor, Otorino Avancini, Eurico Ildebrando, Aurelio Ruschi, Olympio Brasiliense, Walter Ribeiro, Hubert Leslie Howard, Cicero Sudré, Joaquim Ribeiro Gonçalves, José Taquínio da Silva, Raul Leão Castello e Asdrubal de Resende Peixoto, afim de fundarem um club com a finalidade principal de incentivar a pratica do esporte de barco a vela. Ao projeto de estatutos apresentado foram feitas emendas e sugestões pelos presentes e foram tratadas digo e foram tomadas as seguintes deliberações:

• Considerar fundado o “Club” com a denominação de ‘Yatch Club do Espírito Santo'” [http://www.ices.com.br/port/clube.asp] [grifo nosso].

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