Periquito Maracanã, Cadê a tua Yayá? Faz um ano, faz um dia, Que eu não vejo ela passar. Ora vai chegando, Ora vai pulando, Ora vai rodando, |
Cantado em vários pontos do Espírito Santo, este brinquedo de roda é dos mais alegres e movimentados que se conhecem.
Ligeiras variantes capixabas substituem “Maracanã” por “Manacanã” ou por “Maracaná”, que, aliás, rima com “Yayá”; “Ora vai chegando”, por “Ele vai chegando”; “cadê”, por “quéde”, quêde” ou por “onde está”.
Em Vitória, ouvimos cantar a seguinte variante:
Periquito Maracanã, Quêde a tua Yayá? Faz um ane e quatro meses, Que eu não vejo ela falá; Por causo de teus carinho Meu amor não qué chegá. Vem chegando, Vem rolando, |
Não vimos mencionada esta cantiga — letra e música — em nenhum dos cancioneiros aqui referidos.
Modo de brincar: Arma-se a roda grande, e as crianças, de mãos dadas, cantam, rodando, os quatro primeiros versos. Em seguida, sem soltarem as mãos, fazem, cantando, tudo o que se diz na cantiga: chegam-se para o centro da roda, afastam-se, rodam, pulam, correm, chegam-se outra vez; isto, alegre e ruidosamente, até cansarem.
[SANTOS NEVES, Guilherme (pesquisa e texto), COSTA, João Ribas da (notação musical). Cantigas de roda. Vitória:Vida Capichaba, 1948 e 1950. (v. 1 e 2).]
Guilherme Santos Neves foi pesquisador do folclore capixaba com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)
João Ribas da Costa foi professor no interior do Estado do Espírito Santo.