Voltar às postagens

Periquito Maracanã

Periquito Maracanã,
Cadê a tua Yayá?
Faz um ano, faz um dia,
Que eu não vejo ela passar.

Ora vai chegando,
Ora vai chegando,
Ora vai chegando, até chegar!
Ora vai fastando,
Ora vai fastando,
Ora vai fastando, até afastar!

Ora vai pulando,
Ora vai pulando,
Ora vai pulando, até pular!

Ora vai rodando,
Ora vai rodando,
Ora vai rodando, até rodá.

Cantado em vários pontos do Espírito Santo, este brinquedo de roda é dos mais alegres e movimentados que se conhecem.

Ligeiras variantes capixabas substituem “Maracanã” por “Manacanã” ou por “Maracaná”, que, aliás, rima com “Yayá”; “Ora vai chegando”, por “Ele vai chegando”; “cadê”, por “quéde”, quêde” ou por “onde está”.

Em Vitória, ouvimos cantar a seguinte variante:

Periquito Maracanã,
Quêde a tua Yayá?
Faz um ane e quatro meses,
Que eu não vejo ela falá;
Por causo de teus carinho
Meu amor não qué chegá.

Vem chegando,
Vem chegando,
Vem chegando, até chegá.

Vem rolando,
Vem rolando,
Vem rolando, até rolá.

Não vimos mencionada esta cantiga — letra e música — em nenhum dos cancioneiros aqui referidos.

Modo de brincar: Arma-se a roda grande, e as crianças, de mãos dadas, cantam, rodando, os quatro primeiros versos. Em seguida, sem soltarem as mãos, fazem, cantando, tudo o que se diz na cantiga: chegam-se para o centro da roda, afastam-se, rodam, pulam, correm, chegam-se outra vez; isto, alegre e ruidosamente, até cansarem.

[SANTOS NEVES, Guilherme (pesquisa e texto), COSTA, João Ribas da (notação musical). Cantigas de roda. Vitória:Vida Capichaba, 1948 e 1950. (v. 1 e 2).]

Guilherme Santos Neves foi pesquisador do folclore capixaba com vários livros e artigos publicados. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

João Ribas da Costa foi professor no interior do Estado do Espírito Santo.

Deixe um Comentário