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R., geotécnico

Bairro onde mora: Praia do Canto
Bairro onde trabalha: Santa Lúcia
Profissão: geotécnico
Naturalidade: norueguês
Idade: 31
Tempo de residência em Vitória: desde dezembro de 1999
Tempo que trabalha em Vitória: sete anos
Estado civil: outros (tem uma companheira)
Filhos: 2 (um mora em Oslo e o outro na Itália)



O que você acha da cidade de Vitória como ambiente para viver?

– Não gosto do canal, do esgoto, da sujeira. O bairro que eu mais gosto é a Praia do Canto, sem dúvida. É o mais bonito. Eu conheço todos. Tem os melhores barzinhos e restaurantes também. Tem a Praça dos Namorados. Convento da Penha é um lugar bonito, eu gosto de lá, mas é Vila Velha, né?

Como você se relaciona em Vitória? É fácil fazer amigos, namorar…? Qual é o perfil do capixaba?

– Primeiro, é difícil achar um capixaba. Segundo, fazer amigos é igual em qualquer lugar. É complicado quando você não conhece ninguém, mas depois é normal.

Tem algo a dizer sobre o trânsito? Como você se locomove?

– Não posso reclamar. Mas bom também não é. As pessoas dirigem muito mal. É péssimo, mas melhorou muito. Eu acho que, antigamente, cruz credo. O jeito de dirigir, eu acho que mudou, antes era bem pior. Sobre a distância do carro, completamente bêbado dirigindo, hoje é mais educado. Hora do rush tem em qualquer cidade grande do mundo. Cidade grande tem trânsito, em qualquer buraco do mundo tem. Aqui não tem muito problema, vai pra São Paulo, lá o trânsito é um problema. Aqui meia hora não é bom, mas não é o pior também não.



E as tradições mais recentes, como o Vital, o carnaval do Centro…?

– Já fui no Vital e no carnaval do Centro, mas há muitos anos atrás. Não gostei do Vital, achei muita bagunça. Voltei com a camisa cheia de sangue, mas não era sangue meu, era do outro que puxou minha camisa. Não tem problema, mas eu não gosto muito. Agora acho que melhorou, porque todo mundo tem que pagar pra entrar agora.



Como você se diverte? Quais lugares que frequenta?

– Agora eu não faço nada. Visito cachoeiras, vou à Pedra da Cebola, vou à Ilha do Boi, passear, andar na Ilha do Frade, gosto muito de andar na Ilha do Frade, é bonito andar lá, tem muito lugar bonito pra andar. No farol de Santa Luzia. Há uns dois anos atrás a gente ia mais, agora dá preguiça. Eu ia muito na Curva da Jurema, eu gostava do dono do bar. Tinha uma turma boa lá. Tinha médico, advogado, dentista, jornalista, mas não tem mais, ele fechou, vendeu. Então todo mundo sumiu também. Não era a praia, era mais o ambiente mesmo. Uma pena. Camburi, eu não vou nunca, não gosto. Os quiosques lá têm muitas coisas estranhas, senta lá pra você ver.

Sobre seu trabalho?

– Não tem nada a ver com Vitória, meus clientes são do sul, eu trabalho com empresas do sul que fazem obras aqui. Na verdade é uma filial de uma empresa da Noruega.

E a vida noturna? O que se vê na noite de Vitória?

– Falta uma boate boa aqui. Tinha uma boate boa aqui, mas fechou, aquela Maxiplace, na Enseada do Suá, muito bonito o lugar, era o lugar mais bonito de Vitória, não podia fechar, cheio de restaurantes, bares e boate também, tipo Mais (em Guarapari), mas é bem mais bonito. Agora a noite pra mim é só restaurante, bem light. Antigamente ia em todas boates, Loft, Extravaganza, Swingers. Agora é só Abertura (no Triângulo), Galpão e Twins, principalmente Twins.



Tem algo a dizer sobre o governo?

– Paulo Hartung, pelo menos, não promete o que não pode cumprir. E Vitória melhorou muito, não é só culpa dele, mas não é segredo, Vitória cresceu. Isso tem muito a ver com outras empresas grandes que mexem aqui. Mas claro que Paulo Hartung ajudou muito também, não tem outro melhor. Ele é mil vezes melhor que o Lula, por exemplo. Eu não sei muito de política não, mas eu gostei do Paulo Hartung, não enrolou.



Quais são os grandes problemas de Vitória?

– Todo mundo fala de violência, mas aí fica sem graça, eu não vou falar a mesma coisa. Banco também é uma porcaria em todo lugar do país. Mas o que eu acho é praias sujas, cheias de esgoto, é uma vergonha, porque tem tanta praia linda aqui, mas não tem como tomar banho, é tudo sujo, esgoto saindo em frente à praia, o canal era pra ser um espetáculo, tem que limpar. Nossa, aquilo é muito bonito, mas é esgoto. Acho que esgoto é o maior problema pra mim aqui. Violência todo lugar tem, trânsito é a mesma coisa também, só se eu for morar no mato eu não vou ter problema com trânsito, violência. Pra mim, o problema é o esgoto ambiental. Pelo menos é simples fazer, isso tem um jeito de fazer, violência vai durar muitos anos, esgoto tem como fazer, e tem dinheiro pra fazer.



E as grandes vantagens de morar aqui?

– É bom que é perto de montanhas. Tudo é muito perto.



Como você definiria a sua vida em Vitória?

– É boa, com dinheiro. Pro meu trabalho talvez fosse melhor morar no sul, mas hoje em dia se resolve tudo pelo telefone, mas eu moraria no sul com certeza. Eu vim parar aqui por causa de uma ex-namorada do meu pai, que tinha uma casa aqui, é uma história muito longa. Eu não vim aqui olhar pro mato não, ela tinha uma casa aqui, aí abrimos aqui a empresa. A primeira vez que eu vim aqui foi em 1996 de férias, e também de férias em 1997, 98, 99.

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