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Roteiro das visitas

Com base nos registros dos Diários das duas visitas e também nos rascunhos do bispo (1880-1881), pudemos estabelecer os roteiros que aqui apresentamos. No entanto é importante frisar que, pelo fato de o bispo não ter procedido a todas as anotações, e também de se terem extraviado aquelas referentes a Vitória e Vila Velha, este roteiro fica em parte comprometido. No caso de 1880-1881 constatamos, através dos rascunhos, que o bispo deixou de passar a limpo as anotações relativas ao período de 12 de novembro de 1880 a 24 de março de 1881.

Ao estabelecer os roteiros, adotamos como critério mencionar apenas aqueles locais em que o bispo efetivamente permaneceu, mesmo que por um dia, procedendo aos rituais de uma típica visita episcopal: celebração de missas, crismas, batizados etc.

1880

Em 20 de julho o bispo diz, quando ainda se encontrava na Serra, que “Todo aquele numeroso povo se ajoelhava para cantar o Bendito em bela solfa semelhante à da Vitória…” deixando clara sua passagem, em data anterior, por Vitória.

14 de julho – Serra: “À 1 hora da tarde deste dia chegávamos à Cidade da Serra…”

17 de agosto – São José do Queimado (Serra): “montamos a cavalo e seguimos para a próxima Freguesia de S. José do Queimado […] entramos pela povoação cujos poucos habitantes estavam à porta e janela por curiosidade…” “A chuva passou e pudemos sem ela montar a cavalo, e regressar para a Serra.”

18 de agosto – Nova Almeida (Serra): “Já ficou dito quão alegre estava o espírito de todos no momento da chegada a esta Vila.”


14 de setembro – Fundão: “Já quase no porto do Fundão fiz parar um pou­co minha canoa para esperar as outras, e daí a pouco abicávamos no desejado porto do Fundão.”


20 de setembro – Nova Almeida (Serra): “Desembarcamos às 6h 35 da tar­de já com chuvisco que foi engrossando a pouco…”


28 de setembro – Santa Cruz (Aracruz): “Daqui a pouco estávamos em S. Cruz.”

15 de outubro – Fazenda Santa Rosa (do Sr. Marins, no Cachoeirinho): “Apenas chegamos logo desceu à praia o Sr. Marins e filhos…”

23 de outubro – Cachoeirinho: “Pelas 10 horas mais ou menos chegamos ao Cachoeirinho e nos apeamos à porta da Igreja.”

25 de outubro – Santa Cruz (Aracruz): “No pouco tempo de 1 quarto de hora isto é às 3h e poucos minutos desembarcávamos…”


11 de novembro – Riacho (Aracruz): “Na margem esquerda estavam uns 20 cavaleiros da pequena Freguesia do Riacho, que me esperavam, havendo atirado no ar vários foguetes.”


15 de novembro – Regência (Linhares): “Chegou-se (com b[om] grado) 11:30.” [Rascunho]

18 de novembro – Povoação (Linhares): “Parada na Povoação.”; Três Ilhas e Linhares. [Rascunho]

30 de novembro – Baixo Guandu: “Vim a Guandu por uma ótima estrada pelo mato.” [Rascunho]


6 de dezembro – Minas Gerais. [Rascunho]


9 de dezembro – Baixo Guandu. [Rascunho]


17 de dezembro – Linhares. [Rascunho]

1881

14 de janeiro – Povoação (Linhares). [Rascunho]


23 de janeiro – Riacho (Aracruz). [Rascunho]

22 de fevereiro – Lagoa do Aguiar (Linhares). [Rascunho]

5 de março – Riacho (Aracruz). [Rascunho]

15 de março – Santa Cruz (Aracruz). [Rascunho]


18 de março – Nova de Almeida (Serra): “Todos me acompanharam até Almeida.” [Rascunho]

19 de março – Serra. [Rascunho]

1886

15 de fevereiro – Itapemirim: “Enfim lá está Itapemirim!”

2 de março – Cachoeiro de Itapemirim: “Enfim chegamos à Vila de S. Pedro dos Cachoeiros de Itapemirim; foi pena ser ao entrar da noite…”

17 de março – Fazenda Monte Líbano (do Capitão Francisco de Souza Mon­teiro, em Cachoeiro de Itapemirim): “Junto aos arcos viam-se os escravos da Fazenda de joelhos e como em linhas de atiradores de um e outro lado. Pas­samos pelo meio e a todos eu ia lançando a bênção. Foi pena ser já entrada a noite.”

13 de abril – Itapemirim: “Eram 11 horas da noite mais ou menos quando chegamos à Vila de Itapemirim.”

16 de abril – Piúma: “Já de longe avistávamos a frente da Capela de Piúma […] Entramos (eram 11h e 50’ minutos) [e] tratamos de atracar no trapiche.”; Anchieta (antes Benevente): “Lá está Benevente, a antiga Reritiba!”; Anchie­ta: “Desembarquei e os Padres [em Benevente].”


10 de maio – Guarapari: “Nunca me hei de esquecer de minha chegada a Guarapari.”


10 de junho – Anchieta: “Pelas dez horas do dia atracamos na praia de Be­nevente pertinho do cais do Imperador.”

17 de junho – Alfredo Chaves: “às 5h da tarde abicávamos ao porto de de­sembarque no tão falado Alfredo Chaves…”

3 e 4 de julho – Nova Mântua e São João (Alfredo Chaves).

8 de julho – Fazenda de Feliciano Antunes (em Anchieta).

11 de julho – Anchieta: “De terra soltaram 2 ou 3 dúzias de foguetes e atracou a canoa não no Cais do Imperador, mas defronte de um pequeno beco quase defronte da porta da casa de nossa residência, que é a mesma das outras vezes.”

24 de julho – Itapemirim: “Eram pois 11h 15’ da manhã quando chegamos à barra do Rio Itapemirim”.

31 de julho – Fazenda Monte Líbano: “Eis-nos outra vez na casa do bom Capitão Francisco de Souza Monteiro: Fazenda do Monte Líbano.”

10 de agosto – Fazenda da Independência (do Sr. Mateus Vieira Machado, em Castelo): “quase às 4 horas chegamos à Fazenda chamada da Indepen­dência…”


11 de agosto – Fazenda dos Alpes (do Sr. Agostinho e D. Violante, em Cas­telo).

23 de agosto – Iúna (antes São Pedro de Alcântara do Rio Pardo): “Apeamo­-nos e alguns senhores se mostravam muito contentes de verem aqui o Bis­po…”

7 de setembro – Fazenda de Joaquim Antônio Dias (Iúna).

8 de setembro – Afonso Cláudio (antes São Sebastião do Alto Guandu): “às 5h 25 começamos a entrar na povoação de S. Sebastião do Guandu…”


21 de setembro – Fazenda da Boa Vista (do Sr. Manoel Fernandes Moura, em Afonso Cláudio): “Às 6 horas e 10 minutos da tarde apeávamo-nos na Fazenda da Boa Vista…”


22 de setembro – Afonsino (hoje Conceição do Castelo): “Antes de chegar­mos subiram ao ar alguns foguetes, repicaram os sinos…”


27 de setembro – Fazenda dos Alpes: “Enfim chegamos tendo feito em 2h ¾ as três léguas que há do Afonsinho aos Alpes…”

1º de outubro – Fazenda da Povoação (de D. Lina Laudegária Vieira de Souza, no Castelo): “Fazenda da Povoação de D. Lina, e aqui chegamos em pouco tempo, porque distará apenas uma meia légua.”


2 de outubro – Fazenda do Pensamento (do Sr. João Vieira, no Castelo): “Era pois já noite quando chegamos. O bom Sr. João Vieira desceu abaixo para receber-me.”

4 de outubro – Muniz Freire (antes Arraial do Espírito Santo): “Chegamos às 6 h 40’. Poucos foram os foguetes soltados; bastantes os repiques…”

16 de outubro – Iúna: “À 1h 55’ tínhamos à frente no alto de um monte o cemitério do Rio Pardo…”

5 de novembro – Arraial de N. Sra. da Penha de S. Cruz do Rio Pardo (Iúna): “pelas 3h 40’ chegávamos ao pequeno Arraial de S. Cruz do Rio Pardo.”


12 de novembro – Fazenda do Espírito Santo (de Joaquina Inácia): “À 1h 45 atravessamos o córrego da Fazenda do Espírito Santo, e às 2h justas em meu relógio eu de um pequeno alto avistei o famoso Rio José Pedro, e logo a Fazenda…”


13 de novembro – Quartel do Príncipe (Iúna): “Não havia dúvida, estáva­mos no antigo Quartel da Vila do Príncipe…”

17 de novembro – Fazenda do Espírito Santo: “Às 2h 50’ da tarde chega­mos…”

18 de novembro – Fazenda de Santo Antônio ou dos Cláudios.

26 de novembro – Fazenda de São Domingos (do Comendador Francisco Tomás Leite Ribeiro , em Lajinha, MG): “Saí do cemitério às 2h 33 e às 2h 40 apeamo-nos no sobrado da Fazenda…”

28 de novembro – Fazenda de São João (do Sr. Gabriel Norberto da Silva, localizada provavelmente em Iúna).


3 de dezembro – Fazenda Santa Clara (de D. Clara, viúva de Francisco Ber­nardo dos Santos): “apeamo-nos à porta da Fazenda S. Clara, termo de nossa viagem de hoje …”

4 de dezembro – Iúna: “À 1h 54’ passamos o sítio do Machado, mais adiante umas casas onde o Pe. Figueiredo havia levado o Viático em Procissão, e eis­-nos no Arraial.”

10 de dezembro – Muniz Freire: “Apeamo-nos à porta do Sr. Marcílio, onde já estivéramos, e meu relógio marcava 3h 45.”

13 de dezembro – Fazenda do Tabuleiro (do Sr. Manoel Ribeiro Ramos, provavelmente localizada em Muniz Freire): “às 5h 30 apeamo-nos na Fazenda do Sr. Manoel Ramos, no sítio chamado Tabuleiro banhado pelo S. Domingos.”


14 de dezembro – Fazenda Boa Vista (de D. Francisca Amélia Correia Braga Teixeira, provavelmente localizada em Muniz Freire).

16 de dezembro – Fazenda da Fortaleza (do Sr. Alferes Mateus Xavier Monteiro Nogueira da Gama): “enfim às 5h 30’ apeamo-nos na bela casa do Sr. Alferes – na sua Fazenda chamada Fortaleza.”


18 de dezembro – Alegre (antes Nossa Senhora da Penha do Alegre): “Estávamos com o arraial à vista. Repicaram os sinos e muitos e repetidos foguetes estouraram nos ares. Eram 12h 30’.”

1887

15 de janeiro – Fazenda do Paraíso (do Sr. Vicente Ferreira de Paiva, em Alegre): “Estávamos pelas 7 horas da tarde na Fazenda do Paraíso, onde nos apeamos ao som do sino da Fazenda.”


1º de fevereiro – Fazenda do Oriente (do Sr. Misael Eugênio, em Mimoso do Sul): “Às 4h 15’chegamos à Fazenda do Oriente.”


4 de fevereiro – Fazenda Boa Esperança (do Sr. Geraldo Pires de Amorim): “e logo chegamos à porteira onde havia um arco de folhagem e além deste no terreiro mais 3 defronte e perto da frente da casa e outro à porta.”

21 de fevereiro – Fazenda Monte Líbano: “Eram 9h 20’ da manhã quando pela terceira vez entramos pela casa hospitaleira do Bom Capitão Souza.”


2 de março – Itapemirim: “Com todas as demoras, gastamos do Cachoeiro até aqui perto de 7 horas de marcha. Fomos recebidos com alguns foguetes, pela banda de música…”


27 de março – Volta para a Corte (Rio de Janeiro): “Chegamos ao Vapor, que é o mesmo Mayrink que em Fevereiro de 1886 nos trouxera da Corte a esta Barra, e ainda comandado pelo mesmo bom Costa.”

Maria Clara Medeiros Santos Neves, coordenadora do site ESTAÇÃO CAPIXABA, é museóloga formada pela Universidade do Rio de Janeiro e pós-graduada em Biblioteconomia pela UFMG, autora do projeto do Museu Vale e de diversas publicações. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

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