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Crônicas de Cachoeiro

APRESENTAÇÃO




Levy Rocha tem prestado relevantes serviços à cultura do seu Estado. Quando da Primeira Exposição do Livro Capixaba, realizada em maio de 1957, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, tive na sua cooperação e na de Aloísio Martins Ataíde a razão principal do êxito alcançado.

Já nessa época, o ilustre espírito-santense vinha trabalhando, com carinho, nas pesquisas do seu interessante livro Viagem de Pedro II ao Espírito Santo, cuja primeira edição se acha praticamente esgotada.

Colaborando em quase todos jornais da sua terra e, ultimamente, no Jornal do Comércio, do Rio, Levy jamais se esqueceu de mandar as suas crônicas para o Correio do Sul, jornal onde iniciou a vida literária.

Foi, aliás, nas páginas do modesto órgão da imprensa capixaba, criado por Armando Braga e mantido pelo desvelo e perseverança de Hélio Ramos, que Newton e Rubem Braga exercitaram o estro do seu talento.

Levy Rocha, apesar dos seus inúmeros afazeres, vezes por outra, após consultar manuscritos, comprar obras raras sobre coisas e homens do Espírito Santo, manusear alfarrábios e examinar cimélios, em buscas incessantes nas bibliotecas públicas e particulares, mandava, ao seu inesquecível bissemanário, uma crônica sobre Cachoeiro e sua gente, onde o assunto, vazado com simplicidade, trazia o sinete do julgamento definitivo, tal a segurança dos fatos narrados ou dos conceitos emitidos.

Assim é que, nas investigações em torno das origens do toponímico Cachoeiro de Itapemirim, ele apresenta valioso estudo sobre a etimologia da palavra Cachoeiro e registra nada menos de doze grafias diferentes na evolução morfológica do vocábulo Itapemirim.

Reunindo, agora, todos esses trabalhos, até então esparsos, Levy Rocha, animado com o sucesso alcançado com a publicação do seu primeiro livro, lança mais este: Crônicas de Cachoeiro.

Percorrer as suas páginas, principalmente para os que, por laços afetivos, se acham direta ou indiretamente ligados a Cachoeiro, é assistir ao desenrolar, nesse calidoscópio de gratas recordações, de cenários e acontecimentos inesquecíveis.

É, realmente, agradável, darmos um pulo ao passado da “Prisioneira Feliz”, guiados pela mão desse novo cicerone da sua história, para com ele participarmos da mesma unção com que revive a luta épica dos antigos pioneiros que fincaram os pés nas barrancas do Itapemirim.

Para os que gostam de preciosidades literárias, a reprodução da primeira crônica de Rubem Braga, em O Itapemirim, é uma revelação das mais felizes, pela importância do achado.

Há, ainda, em “Newton Braga e Ribeiro Couto” e “Duas Cartas de Newton Braga”, evocações interessantes sobre os sempre lembrados autores de Cidade do Interior e Cabocla.

Levy Rocha reuniu em Crônicas de Cachoeiro, além dos trabalhos citados, mais os seguintes: “Batismo que ficou”, “O Nome da Cidade”, “O Quartel da Barca”, “Primórdios de Cachoeiro”, “Um Antigo Morador de Cachoeiro”, “O Primeiro Jornal de Cachoeiro”, “Virgílio Vidigal”, “Os Barões do Itapemirim”, “A Capela do Moreira”, “A Ponte Municipal”, “Navegação a Vapor do Itapemirim”, “Vieira da Cunha”, “A Estrada de Ferro Caravelas”, “Festa das Canoas”, “O Muqui de Antigamente”, “Remanescentes Neolíticos do Índio” e “Imprensa Quebra-Peito”.

Com capa e ilustrações de Rachel Braga e Sylvio Redinger, Crônicas de Cachoeiro é, na realidade, a história mais completa, até hoje escrita, sobre a “Princesa do Sul” capixaba.

Rio, 31 de maio de 1966.
HÉLIO ATHAYDE
SUMÁRIO


As Crônicas:

Batismo que ficou
O nome da cidade
O quartel da barca
Primórdios de Cachoeiro
Um antigo morador de “Caxoeiro”
O primeiro jornal de Cachoeiro
Virgílio Vidigal
Os barões do Itapemirim
A capela do Moreira
A ponte municipal
Navegação a vapor, no Itapemirim
Vieira da Cunha
A Estrada de Ferro Caravelas
A primeira crônica de Rubem Braga
Newton Braga e Ribeiro Couto
Duas cartas de Newton Braga
O Muqui de antigamente
Remanescentes neolíticos do índio
Imprensa “Quebra-peito”

[Rio de Janeiro: Gelsa, 1966. Reprodução autorizada pela família.]

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Levy Rocha nasceu em 14 de merco de 1916, em São Felipe, então distrito de São João do Muqui. Graduado em Farmácia, residiu em Cachoeiro de Itapemirim e no Rio de Janeiro, interessando pela história de seu Estado natal. Publicou vários livros. (Para obter mais informações sobre o autor e outros textos de sua autoria publicados neste site, clique aqui)

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