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O desbravamento das selvas do Rio Doce (Memórias)

O engenheiro Ceciliano Abel de Almeida (terceiro sentado da direita para a esquerda), em 1907, durante a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
O engenheiro Ceciliano Abel de Almeida (terceiro sentado da direita para a esquerda), em 1907, durante a construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas.

SUMÁRIO

Prefácio
Reminiscências

Rio Doce
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Capítulo I — O Rio Doce no tempo de Cabral. Lendas. Entradas. Ouro. Comunicações. Estrada geral. Embarcação a vapor. Liberta-se do vento a navegação. Farol. Regência Augusta. Padre Anchieta. Navegação fluvial. A barra do Rio Doce. Flora e fauna. A madrugada. Retiram as pranchas. Rio acima. Suínos. A benzedeira. Lenha. Ilha das Frecheiras. Grupo das Carapuças. Energia do brasileiro. Cabas-tatu. Fechava o corpo.

Capítulo II — Linhares em 1905. Decadência. Reerguimento. Terra maravilhosa. Progresso delirante. O Rio Pequeno. A Lagoa Juparanã. Visita de D. Pedro II. Ilha do Imperador. Rio de São José e suas matas. Pescarias e caçadas. O caboclo indispensável. Apólogo. “Rodas ponteadas”. Versos soltos. Histórias fantásticas. Paisagens. Borboletas amarelas.

Capítulo III — Confronto das florestas. Rio Juparanã-mirim. Encalhou: o barqueiro. Satisfação a bordo. O homem da carabina. “Olhe a carniça”. “Na cabeça não entra bala”. Terra Alta. Colônias de caçaremas. Quadro bucólico. Respeitável poeta. Exuberância da floresta. Garças estudam? Gastão Cruls e as perspectivas do Rio Doce. Guaribas. A. Wallace e Humboldt. O orgulho do barbado e a arrogância do caracu. Um “mimo” das matas. É “desinfeliz” na caçada. O condenado da ninhada. Um “revés”. A terra adormece. O grito do quero-quero.

Capítulo IV — O nevoeiro. Colatina. O cometa. Vale de Canaã. Contraste. Conversa de rio-docenses. O rio de Santa Joana. O pavor da bicharada. Catita. Barrigudas e companheiras. Porto BElo. Ariranhas. O capitão Nazaré. Urubus e carniça. Divergências. O rio Mutum. Passarinhada. Esperam o milho. Desaparecem os indícios de chuvas.

Capítulo V — Porto Final. Franqueada a navegação do Rio Doce? Problema não resolvido. Entrega de novas florestas. Cachoeira das Escadinhas. Saint-Hilaire esclarece. Registros e destacamentos. Rui Barbosa, patrono do Espírito Santo. A Constituição de 1937. “Lembrem-se de que sou mineiro.”

Capítulo VI — Observações de C. F. Hartt. Casebres. Pedras do Lorena, dos Cágados, do Resplendor e da Vaca. Serra da Onça. Cachoeira de Santana. Vasto anfiteatro. Moradores e cabras. Cachoeirão. Matas e lendas. Afluentes do Rio Doce. Cachoeiras e ilhas. Figueira. Ibituruna. Distrito de Peçanha. Os três pioneiros. Suaçuí Pequeno. Baguari. Pedra Corrida. Escura. Cachoeira perigosa. Antônio Dias.

Bugres
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Capítulo I — Mata gigantesca. Índios. VIII Congresso de Geografia. General Rondon. Excursão à Cachoeira da Serra. Detidos por indígenas. Fazendeiro flechado.

Capítulo II — Ligeiras informações. Capitão da Mão Branca. Fundação de Filadélfia. Companhia do Mucuri. Carro tirado a bestas. Liquidação da Companhia. Imprensa da Corte.

Capítulo III — Sugestão dos índios. “Daquí não sairei.” O livro de Frei Jacinto. Ataques dos Pojichás. Flagelo do Mucuri. Dois mil e quinhentos indígenas. Sarampo e febres. “Você morrerá depois irei eu.” O bugre chorou. Flechados os missionários. O chefe Pojichá volta a ser cruel. Ataques repetidos. Remanescentes da terrível tribo. Presentes. Apertados abraços. Foi infeliz o Dr. Portela.


Capítulo IV — Correspondência trocada. Relatório. Origem tupi. Boas lavouras. Ascendência sobre os chefes, de algumas índias. O Vale do Etuete. A bebedeira do capitão. Crenaques gritadores. Giporocas taciturnos. Assistência médica. Crenaques recusam presentes e atacam. População escassa. Recrutamento de trabalhadores nos Estados do Norte.

A Estrada de Ferro Vitória a Minas
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Capítulo I — Trocando a capital pela selva. Porto Velho, a estação inicial. O ferroviário perde o trem. Lenda da jaqueira. As esposas dos agentes, pioneiras do comércio. A malária em Alfredo Maia. As moças da estação e a pedra de Itapocu. Timbuí, seu progresso e seus arredores. O Rio Itapirá e as matas do Guaraná. Novamente a febre. Lotes coloniais. Pendanga. Enfim, Lauro Müller: a ponta dos trilhos.

Capítulo II — A família do chefe. A hospitalidade praxista. A dedicação dos médicos. Justos elogios aos trabalhadores. Visita ao povoado de muitos nomes; a igreja. Exame de perfis e projetos. Preparo do leito da estrada. Fornecimentos difíceis. Mina encravada, trabalhador maneta. Rampa máxima, supressão de túneis e muros. Referência a engenheiros. O Dr. Schnoor , o auxiliar, o pagador e a variante de Cariacica. A construção além de Lauro Müller. Crítica. Caminho de serviço, um arremedo! Garganta do Guasti: o bombardeio, os cavouqueiros e os marreteiros. Minúcias a respeito dos trabalhos. Crianças radiam felicidade. A nobreza da profissão de engenheiro. Discursos de inauguração.


Capítulo III — Moços da cidade. Conversas de família. O carneiro de Djalma e a inveja do autor. O Professor ou o Coronel Xandoca. Itinerário de viagem. “O mata a fome” ou “o mata à fome”. O almoxarifado. Aquisição de mantimentos. A amizade entre o coronel e o chefe. Pagamento atrasado. Dificuldades de trânsito. A família do coronel. Louvores ao Rio Doce. O pé-de-alferes do auxiliar à filha do coronel. Últimas recomendações.

Capítulo IV — Agitação matinal. Despedidas. A cavalo, rumo ao Rio Doce. Moças ítalo-brasileiras. Paisagens da viagem. Cafezais. Cães ameaçadores. Matrona enraivecida. A moeda tudo aplaina. Colchão de palha de milho. O Rio Baunilha. Rio Doce! “Patrão, como ele é bonito!” Recepção cordial. Viagem em canoa. A professora de Colatina. Canto e peleja dos canoeiros. Monotonia. “A criança quebra”, diz o engenheiro austríaco. Porto da Esperança. Família Buriche. Porto Final. Família Viana. Um mito, as maleitas do Rio Doce? Compra do Queimado, suas qualidades. Assistência religiosa. Dom Fernando de Souza Monteiro.

Capítulo V — O emissário. O chefe da exploração. Viminas. Advertências e deveres. Início do trabalho. O sol descai. “Alto!” Vamos bem. Travessia do Manhuaçu. Dez quilômetros explorados. Pedra da Vaca. O abarracamento. O cuca, palmito e surubim. Coruja, macuco e curiango. Cobra na barraca. Correição de guaju-guajus. “Não é homem, é arsenal!” Ribeirão dos Quatis. Luz, muita luz. Trabalho leve. A gulodice da Morena. A foice do Lopinho. “Não quero brigas.” Tolerância do chefe. Lopinho mofino. Rezas e penitência. Galo músico. “Olhem! Que perigo!” O caburé. “Basta!” O velho Moisés. O avejão. “Ele sou eu.”

Capítulo VI — O santa casa. A barriguda estourou. O capiau, a filha, o tordilho e a alazã. Cabras, borrachudos, carrapatos e mucuins. A cachoeira do M. Crenaques e Puris. “Pode aumentar, diminuir nunca!” Canecas aos doutores, cuités aos trabalhadores. A tempestade. Vi cair um “perigo”. O córrego embraveceu. Estômagos e “terradas” sem açúcar? A estanca do ribeirão da Lapa. Úlceras. “É homem bom.” “O alarido era enorme.” “Estão vivos por milagre!” As três barras. A venda indiscreta. Ainda o Lopinho. O Rio Doce impetuoso. A morte de um cunhado.

Capítulo VII — O Chefe despede-se. Revisão de projeto. Compressão de dispêndios. A construção da estrada empolga a todos. O café das quinze horas. Comentários. Críticas aos “bitolinhas” e à Diretoria. Diligências máximas. Obcecados pela profissão. A estação de Colatina. O Pinga-Fogo. A borrasca. “Baiano custa a ter medo.” Operários estrangeiros gungunam. Pagamento atrasado. A pescaria. “Estou muito preocupada.” Boatos. Pretendente nervoso. Cavalheiro de respeitável sociedade. A agourenta. Está solene. “Agora ou nunca.” “Que boa lembrança!” “Essa vale!” Deixam de ser amigos. Método impiedoso. Caçada interrompida. “Seu doutor, em bugres não se confia.” Vasto programa de trabalho.


Capítulo VIII — Missão cumprida em Colatina. Viagem incômoda. “Cala a boca Feróis!” Manta de suçuarana. Instalações. Aboletam-se as turmas. “Eia! vai mariquinha!” Boa impressão. Variante. Bugres famintos. Assustou-se o zabelê. Labuta intensíssima. Tarimba e serão. Bruxas endoidecidas. A jiquitiranabóia. A tagarelice do Carvão. Rio Guandu. Índios bravos. Curiosidade lusa. A cabocla intérprete. Canoa encalhada. O ataque. Saraivada de flechas. Grito selvático da Benedita. Alucinado de pavor. Festejam os Crenaques a fuga dos civilizados. Grupos de imprudentes.

Capítulo IX — Casas de turmas de Quatis e Boa Vista. Trânsito difícil. Tolices de trabalhadores. Invernada. Ilhados. Mutuns. A mudança. Moradia aprazível. Elevado conceito técnico. Reconciliado o espalha-brasas. Novos planos. O engenheiro setuagenário. Aceleração no trabalho. Homem disciplinador. “Julguei-os hipócritas.” Gente enfezada. Admoestações. Feitores semi-embriagados. Impropérios do chefe. Linha telefônica. Exasperado. Babou-se de raiva. Frase indecorosa. Tocaia. Surrado e amarrado. “Seu Góis está aqui.” Condenação. Palavras respeitadas.

Capítulo X — Notícias falsas. Tarefas e empreitadas. “Trabalhar a vida inteira, não.” A antítese do outro. O profissional não esmorecia. Sepultado em Figueira. Febre amarela? Visita do primeiro engenheiro. “Seu doutor está multado.” “Aquele homem não produz.” Compressão nos gastos. Promovido. Outra mudança. Legiões de soldados do trabalho. A bondade e o peso da senhora. “A doença é falta de pagamento.”

Capítulo XI — O cascatear do ribeirão. Um apelo inesperado. “Não seja imprudente.” A afirmação do Dr. Mayo. O Rio Cuieté. O paludismo alastra-se. O sexagenário da Serra do ltueta. “Não é corrupio, mas é birro grosso.” Transes comoventes. “Mosquito não transmite a malária.” A alegria desapareceu. Durante o dia ou a noite o drama é o mesmo. Para imigrantes, monumentos, para brasileiros, discursos. Perseguição dos insetos. Termo da tarefa. Proteção. Recordações. Justiça e generosidade. Caçadores. O mau-olhado.

Capítulo XII — Na berlinda. Obrigações retomadas. Retirada de um profissional. Parabéns. Novo superintendente. Apanhado de surpresa. Reclamações. Não recebem. Promessas. Interferência conciliatória. Satisfação geral. “Não troquei palavras.” “A greve vai estourar.” “O dinheiro aparecerá.” Pagamentos sem atraso. Boa intenção. Despedidas. O trem parte. Explodiu a greve. Divergências. Engenheiros demitem-se. Vitória! região descampada. Caminho de cabrito ou de serviço.

Capa da primeira edição.
Galeria de imagens desta postagem.

[Reprodução da primeira edição publicada pela Livraria e Editora José Olympio, Rio de Janeiro, em 1959, como parte da Coleção Documentos Brasileiros. Publicado originalmente no site em 2004.]


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© 1959 Texto com direitos autorais em vigor. A utilização / divulgação sem prévia autorização dos detentores configura violação à lei de direitos autorais e desrespeito aos serviços de preparação para publicação.
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Ceciliano Abel de Almeida (autor) foi engenheiro da Estrada de Ferro Vitória a Minas, tendo trabalhado nos primórdios de sua construção, sendo também responsável por importantes obras de infraestrutura no Estado. Foi o primeiro prefeito de Vitória, ES, professor de ensino secundário no Ginásio Espírito Santo e primeiro reitor da Universidade do Espírito Santo, quando de sua fundação como instituição estadual. 

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